As autoridades russas admitiram pela primeira primeira vez que esteve em marcha um plano — concertado e bastante alargado — de doping dos atletas olímpicos do país. Mas, garante a dirigente da agência anti-dopagem, o Governo de Vladimir Putin não esteve envolvido nessa missão.

Numa série de entrevistas conduzidas pelos jornalistas do New York Times (NYT) em Moscovo, os vários intervenientes ouvidos — com responsabilidades, por exemplo, nos serviços de segurança russos — admitiram a existência do esquema. “Foi uma conspiração institucional”, defendeu Anna Antseliovich, diretora-geral da agência russa anti-doping.

Tal como Antseliovich, os responsáveis russos ouvidos pelo jornal norte-americano apressam-se a garantir que Vladimir Putin não fez parte do grupo de pessoas que estariam a par do esquema de doping. De acordo com as autoridades russas, Putin é mesmo um dos melhores aliados da equipa responsável por combater o doping no país.

Mais de mil atletas russos com prestações — e algumas medalhas — olímpicas foram acusados, este ano, de terem sido beneficiados por substâncias que melhoraram a sua performance durante as provas. Foi por um triz que o próprio país não ficou impedido de participar em competições futuras durante um período.

Agora, Vitaly Smirnov, ex-atleta e o homem escolhido por Putin para revolucionar o combate anti-doping no país, mostra sobretudo vontade em por fim a esse ciclo, mais do que encontrar responsabilidades pelo que aconteceu. “Temos de perceber as razões que levam os jovens desportistas a tomar doping, a aceitar ser dopados”, disse Smirnov ao NYT.

O responsável russo está focado em virar a página. Ele e a sua equipa foram a França, Alemanha, Reino Unido perceber de que forma o combate ao doping é feito naqueles países. No regresso, partilharam com os dirigentes das várias federações desportivas — o escândalo envolveu dezenas de áreas do desporto — e encetaram esforços para perceber como mudar a mentalidade vigente.

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