O subsídio cultural de 500 euros que o governo italiano decidiu atribuir a todos os jovens de 18 anos (uma quantia destinada a ser gasta apenas em museus, livros, espetáculos, etc.) deu origem a um mercado negro em que alguns jovens estão a tentar ganhar dinheiro real.

Segundo o jornal italiano Repubblica, que publica a história esta sexta-feira, há quem esteja a vender o seu bónus (um código ativado numa aplicação para smartphone que permite fazer compras de bens e serviços culturais) na internet por metade do preço.

O negócio está a beneficiar sobretudo os amantes dos livros, que, segundo o jornal, se juntam em grupos nas redes sociais para obter estes subsídios, o que, no fundo, lhes permite fazer compras a metade do preço. “Ganhas tu, porque compras a metade do preço, e ganho eu, porque não leio”, explica um dos jovens que estão a vender os seus subsídios culturais através destes grupos, numa publicação em que tenta atrair potenciais compradores.

O processo não é assim tão simples, visto que o bónus cultural tem de ser utilizado pelo próprio detentor legal do código. O que acontece é que o interessado em comprar escolhe os livros ou serviços que quer adquirir e comunica-os ao jovem, que trata da compra online. A ordem de compra só é efetivada quando o comprador entrega o dinheiro ao jovem.

A medida foi foi proposta pelo então primeiro-ministro italiano Matteo Renzi em 2015, e aprovada em 15 de setembro deste ano. Desde então, cerca de 600 mil jovens de 18 anos já receberam este bónus, apesar de muitos optarem por revender o acesso a este dinheiro.

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