Depois de Pedro Santana Lopes ter popularizado a expressão entre sociais-democratas, é agora a vez de Rui Rio dizer aos militantes que suspiram por uma candidatura do ex-autarca contra Pedro Passos Coelho: “Keep Calm”. O calendário mantém-se e não faz sentido falar em congressos antes de 2018, assegura o ex-autarca. Grupo pró-Rio terá de esperar.

Essa é, pelo menos, a vontade manifestada por Rui Rio ao semanário Expresso desta sexta-feira. O provável candidato à sucessão de Passos deixou claro que não tem pressa e que não defende a antecipação do congresso social-democrata. “Um congresso antecipado só faz sentido se o líder sair, caso contrário, o normal é cumprirem-se os prazos”.

O antigo presidente da Câmara do Porto reagia assim a uma notícia avançada pelo mesmo Expresso, que na semana passada dava conta de que os apoiantes de Rio já tinham recolhido as 2.500 assinaturas necessárias para convocar o congresso extraordinário que, em teoria, permitiria derrubar Pedro Passos Coelho. Agora, em declarações ao semanário, Rui Rio é perentório: “Não tenho conhecimento de nenhum processo de recolha de assinaturas”.

O social-democrata vem, mais uma vez, pôr água na fervura e lembrar os seus apoiantes de que os astros têm de se alinhar na perfeição para que avance definitivamente contra Pedro Passos Coelho. Já em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, quando assumiu pela primeira vez a disponibilidade para avançar, Rui Rio tinha carregado nessa mensagem. “É preciso ter a noção de que, se as eleições internas não forem antecipadas, elas só se realizarão em fevereiro ou março de 2018. Daqui a quase um ano e meio. Especular que eu estaria — a mais de um ano de distância — a prepara uma candidatura é tentar que as pessoas fiquem desiludidas comigo, porque pensam que agora é que vai ser e depois, no curto prazo, não acontece nada… porque nada pode acontecer”.

Resta saber se o resultado do PSD nas próximas eleições autárquicas pode acelerar a disputa interna. Uma eventual derrota dos sociais-democratas nas urnas pode fazer com que os críticos internos de Passos deixem os bastidores e exijam a cabeça do líder. Aí, Rui Rio estará na linha da frente para avançar com uma candidatura.

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