O antigo presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) António de Sousa explicou, esta terça-feira, que tentou transformar o modelo societário do grupo financeiro tendo em vista a autonomização das diferentes áreas de negócio.

“O grupo financeiro CGD tinha já uma dimensão muito além da banca comercial”, afirmou o gestor, que foi o ‘chairman’ do banco público entre os anos 2000 e 2004, durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD.

António de Sousa disse que, na altura, o grupo CGD já era constituído pelo banco comercial, pelo banco de investimento, tinha absorvido o Banco Nacional Ultramarino (BNU), tinha a área dos seguros com uma quota de mercado de quase 40% e uma área internacional “relativamente desenvolvida”, além de um “conjunto de participações financeiras que já pesavam muito”.

Havia duas maneiras: uma era partir a CGD ao meio e a outra era criar uma grande instituição financeira”, realçou.

O responsável respondia às questões lançadas pelo deputado do PS João Paulo Correia, que lembrou o diferendo que existia na altura entre António de Sousa e o presidente executivo do banco público, Luís Mira Amaral.

“Mira Amaral chegou a dizer: a CGD precisa tanto de uma ‘holding’ como um sem-abrigo de um ‘smoking’ “, realçou o deputado socialista, pedindo a António de Sousa que explicasse o porquê de defender a necessidade de criação de uma ‘holding’ para o grupo financeiro estatal.

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