O maior acionista português do BPI, a família Violas Ferreira, quer juntar-se à corrida do Novo Banco integrando o consórcio Apollo/Centerbridge, confirma o administrador da holding Tiago Violas Ferreira em entrevista ao Jornal de Negócios. O vencedor será apresentado até quarta-feira pelo banco central. O China Minsheng não apresentou garantias e está fora da corrida.
De saída do BPI, onde já disse publicamente que quer vender a sua participação ao CaixaBank, no âmbito da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo banco catalão, o grupo português quer agora entrar na corrida ao banco de transição criado na sequência da resolução do BES.
Para que o possa fazer, como explica o Jornal de Negócios, o grupo precisa de autorização do Banco de Portugal, autoridade de resolução e que é responsável pela gestão do processo de venda. Do lado da aliança Apollo/Centerbridge, a intenção estará a ser bem recebida.
Segundo o administrador da holding portuguesa, a decisão de entrada na corrida deve-se também ao domínio cada vez maior da banca portuguesa por grupos estrangeiros. “Não nos conformamos com a passagem da quase totalidade do sistema bancário privado português para as mãos de estrangeiros, que defendem os seus próprios interesses. É este inconformismo que nos leva a agir”, diz Tiago Violas Ferreira ao Jornal de Negócios.
Esta manifestação de interesse acontece numa altura em que o tempo para tomar uma decisão sobre o futuro do Novo Banco está a acabar. O China Minsheng não terá conseguido reunir as garantias bancárias exigidas pelo Banco de Portugal e por isso está fora da corrida, segundo o Jornal de Negócios.
Por sua vez, o fundo norte-americano Lone Star deu ao Banco de Portugal até quarta-feira para tomar uma decisão sobre a sua proposta de 750 milhões pela totalidade do capital (mais 750 milhões de injeção de capital no banco). Por isso, diz o Jornal de Negócios, a decisão será tomada e apresentada até quarta-feira, com apenas o Lone Star e o consórcio Apollo/Centerbridge, do qual o grupo Violas Ferreira quer agora fazer parte, ainda na corrida.
