Os últimos meses foram marcantes para a Apple que lançou o MacBook Pro com Touch Bar, o iPhone 7 juntamente com o iOS 10, ainda criou uma certa polémica com a remoção da entrada convencional para os auriculares (ficha jack 3.5) e, para combater essa mudança, lançou uma alternativa sem fios, os AirPods. Como já seria de esperar, os produtos foram bem recebidos levando ao esgotamento de stock, mas nem tudo é um mar de rosas.

Isto porque, nas últimas semanas, têm surgido relatos de utilizadores de diferentes produtos da Apple que têm um ponto em comum: problemas na autonomia da bateria.

A caixa de carregamento dos AirPods

Os novos auriculares sem fios são pequenos e fáceis de transportar, contando com uma caixa compacta que, além de os guardar, também os carrega para que nunca falte energia para ouvir música e falar ao telefone. Apesar da polémica inicial por causa da decisão da marca de retirar a entrada convencional para os auriculares, bem como as paródias referentes à facilidade com que se perdiam os AirPods, estes foram, segundo o MacRumors, bem recebidos.

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Mas rapidamente começaram a surgir queixas referentes à caixa de carregamento dos AirPods em que, colocando os auriculares com a carga no máximo dentro da caixa, a bateria da caixa descia consideravelmente sem uma razão aparente, até porque a utilização do Bluetooth (que liga os auriculares ao iPhone, por exemplo) seria mínima. A Apple ainda não se pronunciou sobre este assunto, mas alguns utilizadores começaram a investigar por conta própria uma solução para o problema.

O método, por agora, passa apenas por fazer um reset à caixa dos auriculares sem fios. Ao reiniciar e voltando a emparelhar com todos os dispositivos, o problema resolveu-se para muitos utilizadores, mas não para todos.

O MacBook Pro ganhou uma barra e perdeu a autonomia

Os computadores portáteis da Apple sempre foram uma referência, nomeadamente no que toca à autonomia. No entanto, o último modelo do MacBook Pro, lançado no evento de outubro de 2016, não teve a melhor receção. Para começar, existe um grande “problema” relatado que envolve a falta de entradas no computador, que conta apenas com portas USB-C e que levou à retirada da tão apreciada MagSafe – conetores magnéticos utilizados para carregar, até então, os MacBook e que proporcionavam uma segurança extra nos casos de remoção brusca do cabo de carregamento – e obrigou a que os utilizadores tivessem de recorrer a adaptadores para ligarem qualquer dispositivo ao computador.

Depois destes contratempos, eis que surge o problema da bateria que está a assombrar os MacBook Pro, em especial os modelos com a Touch Bar. Na apresentação, a Apple tinha garantido uma autonomia superior a 10 horas nos novos modelos, situação que não foi verificada e que levou a que existissem diversas queixas por parte dos utilizadores. O maior problema surgiu quando a Consumer Reports decidiu que o novo portátil não seria uma boa opção, sendo este o primeiro modelo da Apple a não ser aprovado e recomendado pela empresa de testes, precisamente por causa dos problemas de bateria.

A Apple não ficou parada, mas também não resolveu o problema. Em vez de uma atualização de software que trouxesse uma solução para os problemas reportados pelos utilizadores, a empresa decidiu simplesmente retirar a indicação do tempo de vida restante da bateria, algo que não agradou aos utilizadores. Segundo fontes do 9to5Mac, o tempo estimado não é uma informação precisa, sendo essa a razão que levou a Apple a retirar esse dado e referem que a falta de precisão deve-se ao facto dos novos processadores mudarem constantemente a velocidade a que processam a informação, fazendo com que os consumos não correspondam ao indicado no tempo estimado.

O problema dos 30% nos iPhone

Com o lançamento do iOS 10 os utilizadores receberam nos dispositivos muitas funcionalidades que, até ao momento, o iPhone ainda não possuía. No entanto, os problemas chegaram na versão 10.1.1 que deveria resolver alguns bugs em vez de trazer um ainda maior.

Depois da atualização, começaram a surgir relatos de alguns iPhone começarem a desligar-se quando a bateria atingia os 30% (mais ou menos) de carga restante, problema que estava presente em diferentes versões do smartphone. As queixas iam todas de encontro ao mesmo: o iPhone chegava a valores próximos dos 30% e, numa questão de segundos, descia drasticamente até 1%, desligando-se em seguida. Quando o utilizador ligava o carregador ao aparelho, este mostrava que ainda tinha os tais cerca de 30% de energia. Isto levou a que a Apple lançasse o iOS 10.2, na tentativa de resolver a situação.

O problema agravou-se com este mesmo lançamento. A versão 10.2 levou a que alguns dispositivos ficassem com um determinado nível de energia constante até que, novamente à volta dos 30% e de forma mais ou menos aleatória, os níveis de energia começavam a descer rapidamente até que o iPhone se desligasse por falta de bateria.

A Apple não está a ignorar estes problemas, até porque incluiu um programa (não listado) no iOS 10.2, com a função de analisar a bateria, a fim de descobrir o que poderá estar por trás destes problemas.

O que esperar agora?

Especula-se que a Apple esteja a trabalhar na resolução de todos os inconvenientes que as baterias dos dispositivos estão a provocar aos utilizadores e, espera-se, a versão 10.3 do iOS deve fazer parte da solução – o lançamento deve estar para breve.

Quanto aos MacBook, para já não devem existir grandes alterações. Deverá estar a ser desenvolvida uma nova versão de software, capaz de otimizar o consumo de energia do computador, de modo a conseguir as mais de 10 horas de autonomia anunciadas pela marca. No entanto, a Apple ainda não confirmou nada referente a esta possibilidade.