Em entrevista ao Jornal Económico, o coordenador do programa autárquico do PSD em Lisboa, José Eduardo Martins, garante que o candidato social-democrata à Câmara Municipal de Lisboa deve ser anunciado “daqui por um mês ou dois”. Uma coisa é certa: esse candidato não deverá ser Assunção Cristas, numa coligação CDS-PSD. “É verdade que, até hoje, não vi nenhum responsável do PSD excluir a possibilidade de coligação. E quem tem que tomar as decisões é o presidente do PSD. Mas parece-me um bocadinho tarde [para uma coligação] e não me parece a melhor solução”, explica.

O trabalho de José Eduardo Martins como coordenador, o de preparar o draft de um programa “que quer mudar a vida das pessoas”, estará terminado no final de janeiro. Depois, e quando surgir um candidato, José Eduardo Martins espera que este se reconheça no programa. A pergunta impõe-se e repete-se na entrevista: se não é Cristas, quem será o candidato de que fala? O coordenador volta a “desviar para canto”, que é como quem diz, para Passos Coelho. Mas sugere: “Sou a última pessoa com liberdade para me pronunciar [sobre candidatos]. O candidato pode perfeitamente ser um independente que partilha o projeto do PSD”.

Acima de tudo, garante José Eduardo Martins, tem que ser um candidato “que esteja mesmo interessado em ser presidente da câmara, que tenha um projeto para a cidade e que a queira mudar.” E continua: “A câmara merece muito mais do que ser usada para uma estratégia político-partidária.” O recado foi entregue. Mas esse candidato existe? E estará disponível para avançar? “Não vejo muitos desafios mais interessantes na política em Portugal do que ser presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Como é que uma pessoa que anda na política não se deixa motivar por um desafio destes? Tivesse eu condições pessoais e profissionais nesta altura da minha vida para me dedicar a algum serviço público…”

As sondagens não dão o PSD (ainda que se desconheça o candidato do partido) como favorito a vencer. Nada que atemorize José Eduardo Martins. “Quem parte com a base de apoio do PSD não se pode limitar a achar que não pode ganhar. É sempre um candidato ganhador. Não vejo nada de particularmente carismático em Fernando Mediana a não a bolsa cheia”, explica o coordenador do programa autárquico do PSD em Lisboa.

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