Numa altura em que os juros a 10 anos ultrapassaram os 4%, a ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, alertou esta sexta-feira que “a dívida pública continua a crescer e os juros aproximam-se perigosamente de níveis insustentáveis“. A vice-presidente do PSD escreveu, na recém-criada newsletter diária do partido, que “a fragilidade da economia e das finanças públicas é evidente para todos” e que — apesar dos alertas chegarem “de todos os lados” — a “maioria faz orelhas moucas e continua como se nada fosse.”

Para a ex-ministra, o Governo está a desvalorizar “os avisos” e a ensaiar “o discurso de desculpabilização para os seus próprios fracassos, com a conjuntura externa”. A dirigente social-democrata adverte que “até o BCE, a quem se deve única e exclusivamente o facto de ainda não termos voltado a cair no abismo, acabará responsabilizado quando decidir que já nos deu tempo suficiente para fazer o que tem de ser feito, para levar a cabo as reformas que trariam estabilidade e perspetivas de crescimento ao país.” Para Maria Luís Albuquerque, “nada justifica os riscos a que este Governo e esta maioria estão a expor Portugal.”

A dirigente do PSD acusa ainda o Governo socialista de empurrar “com a barriga os problemas” e de “distribuir a riqueza que não cria entre as clientelas do PS, do PCP e do BE”. E acredita ainda que António Costa não vai conseguir, nesta legislatura, um crescimento tão elevado como o atingido no último ano do Governo de Passos Coelho.

Maria Luís Albuquerque acusa o Governo de tentar “convencer todos que a situação está melhor”, alertando que “os números desmentem a versão da maioria”. A antiga governante prevê que “o crescimento deverá manter-se abaixo do alcançado em 2015 pelo menos até 2019” e denuncia que “o investimento público caiu como nunca” enquanto o “investimento privado, dependente da confiança, não arranca.”

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