No começo de novembro, e depois de “umas curtes” no verão com uma rapariga, Rómulo Pimenta, 15 anos, seria atraído pelo atual namorado desta a uma rua de Almada depois das aulas. Chegado ao local, Rómulo foi violentamente agredido por vários rapazes menores. O vídeo das agressões só chegaria às redes sociais esta quarta-feira. Pela violência a que se assistiu, não tardaria a que se conhecessem mais pormenores do caso — entretanto, soube-se que a PSP e o Ministério Público estão já a investigar as agressões.

Ao Jornal de Notícias, Rómulo conta agora que tudo não terá passado de um “mal-entendido”. E explica: “Tive umas curtes com uma rapariga no verão. Ele começou a namorar com outro rapaz quando as aulas começaram. Mas nós continuámos a trocar mensagens. E o namorado dela pôs na cabeça que eu andaria a meter-me com ela. Foi um mal-entendido.”

O mal-entendido, acreditava Rómulo Pereira antes das agressões, estaria resolvido. Foi o próprio agressor quem pediu que os dois se encontrassem à saída das aulas (Rómulo estudava na Escola Profissional de Almada e o agressor na Escola Emídio Navarra, também na mesma cidade) para resolverem o assunto. “Ele disse-me que íamos falar os dois. E que queria pedir-me desculpa [por desconfiar de Rómulo], para se acabarem os problemas”, explicou o menor agredido. Mas os problemas estavam só a começar: “Quando lá cheguei, estavam ele e mais sete à minha espera. Não estava preparado para aquilo.”

Rómulo não se recorda de quase nada. E conta ao Jornal de Notícias: “Não me lembro. Só me lembro de apanhar o primeiro murro. A partir daí, não me lembro de mais nada. Nem senti nada. Ainda me levantei, mas a seguir desmaiei.” A seguir às agressões, Rómulo foi levado por um amigo até à esquadra da PSP de Corroios para apresentar queixa. Mais tarde, e chegado ao hospital, foi-lhe diagnosticado um traumatismo craniano.

Até agora, a PSP já identificou quatro dos sete jovens presentes na agressão a Rómulo. Apenas um deles, a única rapariga no local, pode ser responsabilizada criminalmente, pois os restantes ainda têm menos de 16 anos. Quanto a esses, poderão ser alvo de processos num Tribunal de Família e Menores e, depois de julgados, vir a ser internados num centro educativo.

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