O PS mostrou-se, esta sexta-feira, contra um eventual alargamento do objeto da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), como pediram PSD e CDS-PP, declarando os socialistas não alinharem no “abandalhamento” dos trabalhos.

“As comissões de inquérito existem, com objetos definidos, esta está em curso, foi definida pelo PSD. Deixemos esta comissão decorrer com este objeto definido. Se estamos sempre a tentar alargar o objeto, é transformar a comissão de inquérito numa comissão sem objeto definido que pode ser alargada mediante as conveniências políticas de algum partido”, assinalou João Galamba, porta-voz do PS.

O deputado socialista falava aos jornalistas no parlamento num dia em que se soube que PSD e CDS-PP querem alargar o objeto da comissão parlamentar de inquérito à CGD, propondo que os trabalhos abarquem também o processo de reestruturação e recapitalização do banco.

“O PS já disse várias vezes que não alinha no abandalhamento da comissão de inquérito”, frisou Galamba, para quem mudanças de objeto por “conveniência política” não terão o apoio do PS. Mais a mais, uma permanente mudança e alteração do objeto transformaria uma comissão de inquérito numa comissão permanente, o que não é desejável, concretizou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Quem quiser impedir este alargamento do objeto só pode ter um objetivo: esconder dos portugueses o que está a acontecer na CGD”, havia vincado antes o coordenador do PSD na comissão de inquérito, Hugo Soares, que falou em conferência de imprensa no parlamento ao lado do coordenador do CDS-PP, João Almeida.

No texto em que é pedido o alargamento do objeto dos trabalhos, e que será hoje entregue ao Presidente da Assembleia da República, é referido pelos partidos que “desenvolvimentos muito importantes ocorreram” desde o começo dos trabalhos, e sem o “conhecimento aprofundado” dos mesmos os trabalhos ficariam prejudicados “de forma muito relevante”.

João Almeida, do CDS, lembrou que “este Governo já vai para a terceira administração da CGD em menos de um ano”, e assinalou que os trabalhos da comissão de inquérito têm corrido serenamente, pretendendo-se agora questionar não “atos de gestão” mas sim as “iniciativas do acionista”.

Ambos os deputados lembraram a “diferença da possibilidade de escrutínio” que uma comissão de inquérito oferece por comparação com uma tradicional comissão parlamentar, como a de Orçamento e Finanças.