Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • Encerramos aqui o Liveblog, amanhã continuaremos a atualizar as notícias sobre a morte de Mário Soares. Obrigado por nos ter acompanhado.

  • Historiadora lembra "homem de cultura"

    Mário Soares “era um homem de cultura e gostava de se afirmar enquanto tal”, disse a historiadora de arte e museóloga Raquel Henriques da Silva, que realçou como “grande legado” do antigo Presidente, na área cultural, a Fundação Mário Soares.

    “Ele não era um colecionador no sentido tradicional, não era um profundo conhecedor, mas tudo o que era cultura interessava-lhe”, disse.

    Raquel Henriques da Silva coordenou, enquanto diretora do Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado, uma exposição da coleção particular de pintura de Mário Soares, que começou a preparar em 1995 e abriu ao público no ano seguinte.

    “Ele tinha uma série de casas, a do Algarve, a de Sintra, e as de Lisboa, e ele tinha as paredes cheias de pintura. Tinha gosto e conhecia os artistas e, além do seu gosto próprio, havia duas pessoas no campo da arte que o marcaram – o crítico de arte e literário Manuel Mendes, na sua juventude, que foi seu padrinho, um homem da oposição, e o seu vizinho, o galerista Manuel de Brito, da galeria 111, que frequentava muito”, disse.

    Entre artistas de quem Mário Soares foi amigo, Henriques da Silva destacou Júlio Pomar, com quem esteve preso no forte de Caxias, em 1947, artista que escolheu para executar o retrato presidencial, numa escolha entre Pomar e Júlio Resende, contou.

    A museóloga referiu-se ao retrato presidencial de Pomar como “fantástico”, que “quebrou completamente as regras”, ao ter escolhido uma “obra absolutamente irreverente”, em que surge “numa atitude descontraída”.

    “Ele é um homem da liberdade e é um homem com grande paixão pela vida e pela cultura. Ele adorava livros, escreveu, e escrevia muito bem, e tinha projetos de escrever muito mais”.

    Segundo a historiadora, até ao atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não há memória de um Presidente com “tal gosto e empenho pela arte, e detentor de uma tão interessante coleção”.

    “A particularidade de Soares é uma espécie de entusiasmo, de felicidade que ele liga às coisas. Ele era genuinamente amigo dos artistas e admirava-os, os poetas, os escritores, as gentes de teatro e de cinema, achava que era uma gente especial”, disse.

    “Ele não era um especialista, mas num país onde a cultura artística deixa um pouco a desejar em termos e investimentos, ter um Presidente que mostra uma coleção de arte, é importante”, disse, referindo que “é uma coleção interessante à escala doméstica” e não comparável às de José Berardo ou de Jorge de Brito.

    Mário Soares e a mulher, Maria de Jesus Barroso Soares, “foram fazendo [a coleção] com gosto, que tem trabalhos grandes, e trabalhos pequenos, ligada aos seus ‘compagnons de route‘”, afirma a museóloga que também dirigiu o antigo Instituto Português de Museus.

    O ex-Chefe de Estado “admirava imenso” a pintora Helena Vieira da Silva e “empenhou-se muito, na Presidência da República, na constituição da Fundação Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva”, que foi inaugurada, em Lisboa, em 1994.

    Entre os artistas de que Mário Soares gostava, a historiadora de arte referiu o escultor João Cutileiro e o pintor Nikias Skapinakis.

    Mário Soares, contou Raquel Henriques da Silva, “gostou particularmente, adorou mesmo, e ficou muito contente com um quadro encomendado pela comissão das comemorações do centenário da República a Skapinakis, que fez uma espécie de alegoria da bandeira nacional”

    Todavia, realçou a historiadora de arte, “aquilo em que Mário Soares mais se empenhou, e que nos deixa um legado importante, e a quem deu autonomia, [foi] a Fundação Mário Soares”.

    A Fundação tem um papel de referência “no domínio da investigação” e tem um “arquivo muitíssimo importante do nosso país, de memória, ligado à política do século XX e à guerra. [A História] foi a maior paixão do [Mário] Soares e aquilo em que ele podia ser considerado um especialista”.

    “A grande paixão da vida de Mário Soares foi a história, [paixão] que herdou de seu pai, e a política”, enfatizou.

    “A cultura fazia parte da vida dele, era um ‘bon vivant’, gostava de comer, de estar rodeado de gente interessante, não era um ‘parvenu’, isto é, um novo-rico. Era um homem que vivia bem, e a casa dele era a de um intelectual com experiência de vida”.

    Lusa

  • UGT lamenta a perda do "patriarca da atual democracia"

    A UGT lamentou a morte do antigo Presidente da República considerando que Portugal e o regime democrático perderam “o patriarca da atual democracia”.

    “Portugal e o regime democrático como hoje o conhecemos perderam o seu impulsionador. Mário Soares foi, sem dúvida, o patriarca da atual democracia e uma das mais importantes figuras políticas em Portugal e na Europa”, afirmou a UGT, em comunicado.

    A central sindical evidencia, na nota divulgada, que Mário Soares foi um dos grandes impulsionadores da criação da UGT “como resposta aos valores que sempre defendeu — pluralismo, contrário às teses da unicidade sindical e do discurso e pensamentos únicos”.

    “Lembramos com honra e saudades as suas visitas às antigas sedes da UGT e os seus variados apoios às posições da central sindical na defesa do diálogo social e da concertação”, refere a UGT.

    A estrutura sindical termina, manifestando as suas condolências à família, em particular aos filhos e netos de Soares, e ao Partido Socialista, do qual Mário Soares foi um dos principais fundadores e o primeiro secretário-geral.

  • São Tomé lamenta morte de "figura extraordinária"

    O ex-Presidente de São Tomé e Príncipe, Miguel Trovoada, considerou Mário Soares “uma figura extraordinária, um homem de cultura, um verdadeiro animal político no bom sentido”.

    “É uma daquelas figuras que marcaram toda uma época em Portugal e na Europa. Deu um grande contributo para a causa europeia, teve um papel preponderante na descolonização” e “acreditava profundamente na independência dos povos e na liberdade do homem não só de Portugal, mas também de outros povos do mundo”, disse Miguel Trovoada em declarações à televisão pública TVS.

    O ex-Presidente são-tomense disse que Mário Soares foi um “amigo de São Tomé e Príncipe e muito contribuiu para a independência das ex-colónias portuguesas”.

    Trovoada é o político são-tomense que mais privou com Mário Soares e considera o ex-presidente português seu “amigo pessoal e da família”.

    “Era um homem de espírito muito aberto, alegre, comunicativo, um intelectual de profundas convicções e creio que Portugal perde realmente um dos seus melhores filhos, uma daquelas figuras que marcaram a história de Portugal e da Europa e também no plano internacional”, sublinhou.

    “Eu julgo que o que fica dele para nós em África, penso ter sido a sua contribuição para a liberdade e independência”, acrescentou.

    Lusa

  • CGTP destacou "forte intervenção política" de Mário Soares

    A CGTP lamentou a morte do antigo Presidente da República, destacando a sua “forte intervenção política” antes e depois do 25 de Abril.

    “Opositor ao regime fascista, preso político e advogado de presos políticos, o doutor Mário Soares foi cofundador do PS e teve uma forte intervenção política antes e depois do 25 de Abril, nomeadamente como secretário-geral do seu partido, primeiro-ministro dos I, II e IX Governos Constitucionais e Presidente da República no período compreendido entre 1986 e 1996”, destacou a central sindical numa nota enviada às redações.

    Apresentando condolências à família, ao PS e a todos os seus militantes e simpatizantes, a CGTP “reafirma os seus pêsames pelo desaparecimento deste destacado dirigente político e cidadão que se bateu durante toda a sua vida pelo projeto político em que acreditava”.

    Lusa

  • Vasco Lourenço: "Até sempre, Mário!"

    O presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, lamentou a morte de Mário Soares, que classificou como “um dos maiores lutadores que ajudaram a criar as condições para que os «capitães» pudessem realizar Abril”.

    “Portugal perdeu um dos seus principais cidadãos, um lutador intemerato e incansável pela liberdade, pela democracia, pela justiça, pela igualdade, pela paz, pela solidariedade, isto é, pelos direitos humanos”, escreve Vasco Lourenço na página da rede social Facebook da associação a que preside.

    Para Vasco Lourenço, “a Europa perdeu o principal obreiro da adesão de Portugal à União Europeia, tal como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa vê partir quem, depois de ter contribuído decisivamente para o fim do colonialismo e para a consumação das independências, foi o grande impulsionador da organização que esses oito países construíram”.

    “Mário Soares continuará como uma das grandes referências de Portugal e da sua História, um dos maiores lutadores que ajudaram a criar as condições para que os «capitães» pudessem realizar Abril”, lê-se no comunicado.

    Segundo Vasco Lourenço, Mário Soares manteve-se “fiel a si próprio e aos seus ideais até aos últimos dias da sua vida cívica e política, indiferente às acusações de radicalização à esquerda, que os defensores do liberalismo económico-financeiro lhe fizeram”.

    “É com tristeza que todos os combatentes da liberdade assistem à partida de um dos seus mais notáveis representantes e curvamo-nos à sua memória”, prossegue Vasco Lourenço, que se despede com um “até sempre, Mário!”.

  • Soares só pode ir para o Panteão em 2037

    Desde maio do ano passado, é preciso esperar 20 anos (até então bastava um ano) sobre a morte das pessoas a distinguir para que possam ser trasladadas para o Panteão Nacional. Em 2015 Eusébio, que tinha morrido no ano anterior, foi a última figura a ter direito a essa distinção.

    Os pormenores são contados neste texto:

    Mário Soares no Panteão? Só em 2037

  • Os 25 dias de luta de Mário Soares

    Mário Soares foi internado a 13 de dezembro, com um “agravamento geral” do seu estado de saúde. O país acompanhou de perto os 25 dias e meio que se seguiram. Soares morreu às 15h28 deste sábado.

    O que aconteceu nessas mais de 600 horas está reunido aqui:

    Mário Soares. Os últimos 25 dias de luta

  • Câmara de Leiria destaca "personalidade maior de Portugal"

    O presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, lamentou a morte de Mário Soares, “personalidade maior de Portugal”, e recordou o seu “carinho e forte ligação” ao concelho.

    “Antes de mais, neste momento de luto, é incontornável deixar palavras de sentidas condolências à família e ao núcleo mais próximo de Mário Soares, lembrando-os que não estão sozinhos no óbvio sofrimento que acompanha a morte desta personalidade maior de Portugal”, avança Raul Castro em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

    “O falecimento de Mário Soares lembra-nos o seu passado de luta contra a ditadura e a sua ação determinante na concretização da democracia no nosso país. O Município de Leiria, contudo, não pode deixar de destacar o carinho e a forte ligação de Mário Soares a Leiria através da Casa-Museu João Soares, num edifício em Cortes, doado pela família Soares à Fundação, onde estão instalados a Casa-Museu da Fundação Mário Soares e o Centro Cultural João Soares”.

    Lusa

  • Quando Soares precisou da ajuda de Mota Pinto

    Em 1983, Mário Soares viu no PSD de Carlos Mota Pinto a oportunidade para chegar à maioria parlamentar.

    O Observador recupera as discordâncias, as cedências e os detalhes dos acordos que deram vida a dois anos de Governo de Bloco Central:

    Bloco Central. Quando Mário Soares precisou de Mota Pinto para governar

  • Recordação de agressões na Marinha Grande ao "líder de craveira internacional"

    Uma sindicalista e o presidente da Câmara da Marinha Grande, onde Mário Soares foi agredido durante uma campanha eleitoral, em 1986, convergiram hoje quanto ao papel do antigo Presidente da República na construção da democracia portuguesa.

    Uma escaramuça ocorrida na Marinha Grande há 30 anos, quando o candidato presidencial revelava dificuldades nas sondagens, acabou por marcar uma viragem na campanha eleitoral de Mário Soares, que passou à segunda volta, com apoio da esquerda, e venceu o candidato da direita Freitas do Amaral.

    Para Etelvina Rosa, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV), o desaparecimento de Mário Soares constitui “uma perda para a democracia” portuguesa.

    Em declarações à agência Lusa, Etelvina Rosa, que desde 2013 integra a Assembleia Municipal da Marinha Grande, no distrito de Leiria, eleita pela CDU, salientou que as divergências políticas “são próprias da vivência democrática”.

    No entanto, da parte de setores políticos à esquerda do PS, designadamente do PCP, “não havia divergências” com Mário Soares “sobre a democracia e sobre a liberdade”, afirmou.

    Há quase 31 anos, em 14 de janeiro de 1986, o antigo líder do PS e ex-primeiro-ministro “é agredido na Marinha Grande, durante a campanha eleitoral”, quando o candidato à Presidência disputava o eleitorado de esquerda com os adversários Salgado Zenha e Maria de Lourdes Pintasilgo, refere a Fundação Mário Soares, na sua página da internet.

    “Numa sessão de campanha na Marinha Grande, Mário Soares é alvo de uma agressão por parte de contra manifestantes. As imagens televisivas do incidente indignam o país e conferem um impulso decisivo à campanha de Soares”, adianta.

    Havia no concelho “muitas empresas com meses de salário em atraso”, recordou Etelvina Rosa, frisando que o setor vidreiro local, que empregava milhares de trabalhadores, vivia nessa época “um ponto muito alto de luta”, devido a “situações de fome e dificuldades de muitas famílias” da Marinha Grande.

    “Há sempre alguns exageros”, disse a sindicalista, procurando contextualizar o ambiente político-social em que ocorreram os insultos e a agressão a Mário Soares, a célebre bofetada de um manifestante vidreiro que passou para a história, mas que, segundo algumas versões, não chegou a concretizar-se.

    Com a morte de Mário Soares, “o país ficou mais pobre”, declarou à Lusa o atual presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, o socialista Paulo Vicente, que em 1986 assistiu, na praça Stephens, aos tumultos em que pelo menos um elemento da comitiva do candidato presidencial foi agredido na cabeça com um objeto contundente.

    “Mário Soares deu-nos na altura uma lição de coragem. Era um líder de craveira internacional, a quem Portugal deve a implantação da liberdade e do sistema democrático”, disse Paulo Vicente.

    Lusa

  • Condeixa-a-Nova elogia coragem de Soares

    A Câmara de Condeixa-a-Nova, distrito de Coimbra, elogiou a “coragem, inteligência e determinação” de Mário Soares, considerando-o o “fundador da democracia em Portugal”.

    A autarquia liderada pelo socialista Nuno Moita deu conta ainda que Soares é uma “das maiores referências do país, representando a liberdade conquistada em Abril de 1974, através de reconhecida coragem, inteligência e determinação”.

    Esta Câmara recorda ainda que Mário Soares visitou o concelho por diversas vezes, “nomeadamente em 1989, na cerimónia de inauguração dos Paços do Concelho de Condeixa e, em 1990, na inauguração da Casa Museu Fernando Namora”.

    “Em sinal de profunda consternação pelo seu falecimento, as bandeiras da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova serão colocadas a meia haste, cumprindo os três dias de luto nacional decretados.

    Lusa

  • Casa Museu João Soares agradece ao "grande obreiro da Democracia"

    A Liga dos Amigos da Casa Museu João Soares, em Cortes, Leiria, lembrou Mário Soares como o “grande obreiro da Democracia”.

    Numa nota de Imprensa pode ler-se: “A par de outros grandes vultos foi, no entanto, aquele que tornou o renascido regime democrático português respeitado no mundo e mais contribuiu para a sua consolidação interna. Foi uma figura de grande projeção internacional e um político combativo, mas respeitador e mesmo amigo de muitos adversários. Foi um exemplo”.

    A Liga dos Amigos da Casa Museu João Soares lembra as raízes de Mário Soares em Leiria, pelo pai, João Soares, que “sempre mostrou uma grande amizade por esta terra, tendo criado aqui um polo cultural de grande referência para a História Contemporânea de Portugal”.

    A nota diz ainda que foi à Casa Museu que Mário Soares levou “personalidades singulares, nacionais e internacionais, fazendo com que Leiria e as Cortes fossem reconhecidas em todo o país e procuradas pela chamada grande imprensa, como um ponto incontornável de reflexão política, transversal aos diversos ideários. A importância que Mário Soares quis dar a Leiria e às Cortes não pode ser esquecida. Assim, como não será esquecida a sua estatura de estadista e combatente contra a Ditadura”.

    “A amabilidade que sempre dispensou à Liga de Amigos da Casa Museu João Soares, apenas nos pode honrar por, apesar de modesta, podermos ter dado a colaboração possível sempre que a isso fomos chamados. Foi uma honra enorme para todos os que pertenceram a esta Liga, terem partilhado momentos de trabalho com Mário Soares. Partiu, como todos um dia partem, mas continuará sempre vivo o seu exemplo de Homem e de Democrata”.

    Lusa

  • Funeral de Mário Soares às 15h30 de terça-feira

    Funeral de Mário Soares às 15h30 de terça-feira, no cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

    Em comunicado, o Governo “apela a todos os cidadãos que participem nas cerimónias fúnebres de Estado, prestando homenagem a Mário Soares, grande figura da história portuguesa contemporânea, fundador do nosso regime democrático e símbolo da Liberdade”.

  • Maria João Avillez escreve um texto inédito e exclusivo com as suas memórias de Mário Soares.

    Mário Soares, o lutador

  • PR moçambicano diz que morte de Soares deixa um vazio

    O Presidente moçambicano disse ter recebido com “profunda mágoa e consternação” a notícia da morte de Mário Soares e que não é possível falar das relações entre os dois países sem referir a “imponente figura” do antigo estadista português.

    “A sua partida deixa um vazio difícil de preencher, porque não há como falar de Portugal e Moçambique sem se referir à sua imponente figura na construção desta amizade, e deste entendimento que hoje perdura, irmanando os dois países”, afirmou Filipe Nyusi, numa mensagem difundida no portal da Presidência moçambicana.

    O seu contributo coloca-o como “destacável personagem na manutenção das relações entre os dois estados e povos, que guardam a sua memória num nicho de respeito merecido”, prosseguiu o Presidente moçambicano.

    “Não há palavras suficientes que possam preencher o vazio deixado por Mário Soares, tanto para o povo português, assim como para o povo moçambicano, restando-nos apenas curvar-mo-nos à grande figura de um homem que lutou pelo que sempre acreditou”, declarou ainda Filipe Nyusi.

    Lusa

  • Deputado do PSD sugere que Costa se "marimba" para as cerimónias fúnebres

    Carlos Abreu Amorim, deputado do PSD, condenou este sábado o facto de António Costa não marcar presença nas cerimónias fúnebres de Mário Soares. Num texto publicado no Facebook, o deputado sugere que o primeiro-ministro se está a “marimbar descaradamente” para a cerimónia.

    “Como se percebe a artificial manutenção de um estado de beatitude em política? Quando António Costa se marimba descaradamente para as cerimónias fúnebres de um fundador do regime que é a maior figura do seu partido (e a quem deve a liderança do PS) e tudo parece continuar como se nada de especial se passasse…”, escreve Carlos Abreu Amorim.

    Carlos Abreu Amorim

  • Fundão: bandeira do município a meia haste até quarta-feira

    A Câmara e a Assembleia Municipal do Fundão destacaram, numa nota conjunta de pesar pela morte do antigo Presidente da República, o papel de Mário Soares na consolidação do poder local democrático em Portugal.

    “Foi seguramente por muita da sua ação que [em 2016] celebrámos 40 anos do Poder Local Democrático em Portugal”, lê-se na nota enviada à agência Lusa.

    A Câmara, liderada pelo social-democrata Paulo Fernandes, apresenta ainda “sentidas condolências à família e amigos” de Mário Soares, “cidadão ímpar” da história contemporânea e “símbolo de resistência e luta pela liberdade e consolidação da democracia saída do 25 de Abril”.

    “Mário Soares deixa-nos, como legado, uma ação cívica e política marcada por convicções, valores e uma visão de futuro muito representada pela integração de Portugal na então Comunidade Económica Europeia”.

    A informação também acrescenta que, cumprindo-se o luto nacional e municipal, a bandeira deste município do distrito de Castelo Branco ficará hasteada a meia haste até ao final de quarta-feira.

    Lusa

  • Índia apresenta a Costa condolências e faz minuto de silêncio

    O Governo da Índia transmitiu ao primeiro-ministro, António Costa, as condolências pela morte do antigo Presidente da República Mário Soares, adiantando que a Convenção da Diáspora Indiana fará no domingo um minuto de silêncio em sua memória.

    A mensagem dirigida pelo chefe do Governo de Deli, Narendra Modi, a António Costa foi comunicada à agência Lusa por fonte oficial do executivo nacional.

    António Costa fará neste domingo o segundo de seis dias de visita de Estado à Índia, estando em Bangalore, a capital empresarial e tecnológica deste país.

    Na convenção “Pravasi Bharatiya Divas”, que junta os elementos mais relevante da diáspora mundial da comunidade indiana, António Costa, o primeiro chefe de Governo de origem indiana de um Estado-membro da União Europeia, fará no domingo um discurso de fundo.

    Na segunda-feira, recebe do Presidente da República, Pranab Mukherjee, o mais alto galardão atribuído a membros da diáspora da Índia.

    Lusa

  • José Manuel dos Santos diz que Soares "amou a liberdade"

    O dirigente socialista José Manuel dos Santos afirma que Mário Soares foi ao longo da sua vida um socialista democrático “instintivo”, que amou e lutou pela liberdade e que configurou e consolidou a democracia portuguesa.

    O membro da Comissão Política Nacional do PS e assessor do antigo chefe de Estado em Belém, entre 1986 e 1996, salienta, num depoimento enviado à agência Lusa, que “era da vida que Mário Soares gostava” e “foi por isso que amou a liberdade, sem a qual, para ele, o único sentido da vida é lutar por ela”.

    “O seu socialismo democrático era instintivo. Aliava a liberdade às condições de justiça e dignidade material, sem as quais a liberdade se perde e com ela uma vida com nome próprio. O seu génio político firmava-se nesta certeza vital”, sustenta José Manuel dos Santos, uma dos amigos mais próximos do antigo Presidente da República desde a década de 70.

    José Manuel dos Santos refere depois que, em Mário Soares, “o homem e o político eram inseparáveis”.

    “Era por isso que criava uma familiaridade única. Ele gostava de se orgulhar disto: ‘Podem acusar-me de tudo, mas não me podem acusar de ter provocado tédio aos portugueses’. Mário Soares é a primeira figura da nossa democracia, a sua referência histórica, política, moral e cultural”, advoga o dirigente socialista e atual administrador da Fundação EDP.

    Para José Manuel dos Santos, foi o fundador e primeiro líder do PS “quem configurou e consolidou” a democracia portuguesa e foi ele “quem fez de Portugal outro país”.

    “Não esteve sozinho, mas foi ele que, nos momentos de perigo e de escolha, disse o sim e o não”, afirma

    José Manuel dos Santos, um dos amigos mais próximos de Mário Soares ao longo das últimas quatro décadas, escreve depois que o convívio próximo e quotidiano com o antigo Presidente da República “era uma obra de arte exigente”, sobretudo porque “ele detestava respostas feitas, lugares comuns, rotinas gastas”.

    “Estimulava, reclamava, perguntava, irritava-se. A sua fasquia era altíssima. Como disse dele, Sophia de Mello Breyner, não era apenas um animal político – era um atleta político. Mas os momentos, aliás muito frequentes, em que pensava em voz alta, analisava, ajuizava, conversava, criava, imaginava, contava histórias eram mágicos, encantatórios”, revela ainda o membro da Comissão Política do PS.

    Para Mário Soares, de acordo com José Manuel dos Santos, “a política era uma grande arte – e ele fazia-a como um artista faz a sua arte, de noite e de dia, inteiramente, devotadamente”.

    Na perspetiva do antigo colaborador de Mário Soares, “a morte dá ao movimento uma paragem” e “a morte de um grande homem dá à sua altura uma queda”.

    “Essa paragem e essa queda fixam, inscrevem, transformam a vida em destino – e, para os que ficam, fazem desse destino um novo movimento e uma nova altura. Para aqueles que, como eu, foram seus amigos e admiradores, convivendo e trabalhando com Mário Soares durante tantos dias de tantos anos, a sua ausência torna o mundo menos vivo, menos interessante e menos seguro”, acrescenta José Manuel dos Santos.

    Lusa

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