O PCP foi o único partido que optou por não reagir à morte do ex-Presidente da República Mário Soares pela voz do líder. As primeiras palavras foram do dirigente comunista José Capucho, membro do secretariado e da comissão política, que lembrou o “passado de anti-fascista” de Mário Soares e evocou, ao mesmo tempo, as “profundas e conhecidas divergências” com o ex-chefe de Estado. Jerónimo falará no “momento adequado”, quando o corpo estiver em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos.

Numa curta declaração na sede nacional do PCP, em Lisboa, sem responder a perguntas dos jornalistas, José Capucho, começou por dizer que já transmitiu “diretamente ao Partido Socialista e à família” as condolências pela morte de Mário Soares, e lembrou de seguida o antigo Presidente da República como “personalidade relevante da vida política nacional ” e como “participante no combate à ditadura fascista”, evocando o seu papel no “apoio aos presos políticos”.

Mas sem esquecer as “divergências” entre Soares e o PCP. “Lembrando o seu passado de anti-fascista, o PCP regista as profundas e conhecidas divergências que marcaram as relações do PCP com o dr. Mário Soares, designadamente pelo seu papel destacado no combate ao rumo emancipador da Revolução de Abril e às suas conquistas, incluindo a soberania nacional”, disse.

Os restantes partidos, do CDS ao Bloco de Esquerda, fizeram as suas primeiras declarações pela voz dos líderes partidários. O PCP foi a exceção. Segundo apurou o Observador, o secretário-geral comunista irá prestar declarações no “momento adequado”, que deverá ser na altura do velório, quando o corpo estiver em câmara ardente.

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