“O grande português”, “o presidente de todos os portugueses”, “o pai do Portugal moderno”. Não é só em Portugal que a morte de Mário Soares faz capa na edição deste domingo dos jornais. Na vizinha Espanha quase toda a imprensa assinala a data, assim como também o fazem algumas publicações francesas. No Brasil e em Angola a morte do ex-chefe de Estado português também é assinalada.

Portugal “chora” a morte de Soares, escreve o jornal francês La République. O francês Le Monde não tem o tema na capa, mas evoca o “pai da democracia portuguesa” e homenageia Mário Soares num artigo em que o intitula de “artesão envolvido na construção europeia”. Também o Le Fígaro recupera uma entrevista de 1994 ao antigo estadista português, na qual defende que “a humanidade vai-se mobilizar pelas ideias, não apenas por interesses”. Já o francês Liberation faz menção à morte do ex-presidente Mário Soares, “pai sentimental” de Portugal.

Ainda pela Europa, o italiano La Stampa despede-se com um “Adeus ao Presidente Soares, Ele levou Portugal da ditadura para a democracia”, o jornal La Repubblica noticia “Adeus a Soares, Portugal de luto” e a agência de notícias italiana, ANSA, ressalta a morte do “líder da revolução dos cravos”.

No Reino Unido, embora o tema não chegue às capas dos jornais, o diário The Guardian noticia a morte do “antigo primeiro-ministro” e o The Independent escreve também que “o antigo presidente e primeiro-ministro de Portugal morre aos 92 anos”.

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A inglesa BBC é outra das publicações que designa Mário Soares “Pai da democracia” portuguesa, ao noticiar a sua morte, e o Financial Times dá grande destaque à morte do antigo presidente da República, num artigo assinado pelo correspondente do jornal britânico em Lisboa e intitulado “Mário Soares, socialista que conduziu Portugal à democracia”. No mesmo artigo, o jornalista refere-se a Soares como um “oponente ao regime de Salazar, que se livrou de um empurrão comunista para o poder”, lembrando o seu “bom humor e entusiasmo pela vida” e a forma como “ajudou os portugueses a recuperar a confiança perdida depois de mais de meio século de uma ditadura miserável”.

O jornal alemão Der Spiegel noticia a morte do ex-presidente, classificando-o também como o “pai da democracia” portuguesa, enaltecendo a sua postura de “observador” de “língua afiada e crítica” da União Europeia. Ainda na Alemanha, o Die Zeit, o Die Welt, o Frankfurter Allgemeine Zeitung, o Süddeutsche Zeitung e até o Bild noticiam a morte de Mário Soares, “o legendário socialista português”.

Nos Estados Unidos, a morte do antigo Presidente da República também é notícia, com o The Wall Street Journal a considerá-lo uma “figura fundamental na transição de Portugal da ditadura para a democracia” e o The New York Times e o Washington Post a lembrarem como Soares “conduziu Portugal à democracia”.

Os jornais brasileiros Globo, Folha de São Paulo e Estadão noticiam a morte de Mário Soares, lembrando uma vez mais que “o histórico dirigente socialista” foi “um dos principais defensores da democracia” em Portugal. Ainda no universo dos países de língua portuguesa, o Jornal de Angola e o também angolano País dão notícia da morte de Soares, o moçambicano Verdade evoca a morte de uma “personagem central no retorno à democracia” e o jornal digital cabo-verdiano A Semana recorda a “grande figura da democracia europeia” e “o rosto maior da democracia portuguesa”.