O Mundial de futebol vai mesmo passar a ter 48 equipas a partir de 2026. O Conselho da FIFA aprovou esta terça-feira, por unanimidade, o alargamento da fase final Mundial de futebol, a partir desse ano, de 32 para 48 seleções, distribuídas por 16 grupos de três equipas. A proposta partiu do Presidente da FIFA, Gianni Infantino.

Nesta segunda reunião do Conselho da FIFA, em Zurique, estavam três propostas em cima da mesa: manter o formato de 32 seleções e alargar para 40 ou 48 seleções a partir da edição de 2026. “O Conselho da FIFA decidiu por unanimidade 48 seleções no Mundial a partir de 2026: 16 grupos de três equipas”, refere o organismo na sua conta oficial no Twitter:

Mas como se vai organizar este novo Mundial de Futebol?

A medida consiste em alargar das habituais 32 presenças de seleções para 48. Este novo modelo do Mundial de futebol será colocado em prática a partir da edição de 2026. A prova durará 32 dias e contará com cerca de 80 jogos disputados na totalidade. Inicialmente, a ideia foi recusada pela UEFA. No entanto, o aval da maioria das seleções deu força à ideia aprovada, esta terça-feira, pelo Conselho da FIFA. Ainda assim, as diretrizes do Mundial, ou seja, a forma como as equipas se qualificam para o Mundial de futebol vai permanecer inalterado.

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Este novo alargamento do Campeonato do Mundo de futebol poderá render à FIFA 605 milhões de euros adicionais. A conclusão é de um relatório do próprio organismo a que a agência AFP teve acesso, citado pelo site MaisFutebol. De acordo com as projeções, as receitas de um Campeonato do Mundo com 48 equipas em 16 grupos de três, a partir da edição de 2026, cresceriam cerca de 3,35 milhões de euros estimados para o Mundial da Rússia para 43,95 mil milhões de euros. No entanto, os custos relacionados com o aumento do número de equipas e de jogos (80, contra 64 no formato de 32 equipas) também aumentariam 307 milhões de euros. Quanto às receitas dos direitos televisivos, cresceriam 479 milhões de euros e os do marketing 351 milhões de euros, de acordo com as mesmas projeções.

Foi, entretanto divulgado o esquema que ilustra como se organizará o Mundial de futebol em 2026.

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As reações ao alargamento

Antes de se conhecer o veredito da FIFA, já figuras do futebol mundial tinham expressado a sua opinião, em relação ao alargamento para 48 seleções presentes em Mundiais de futebol. Um deles foi o internacional pelos Camarões, Samuel Eto’o que agradeceu à FIFA por “incluir os pobres no Mundial”. Também Carles Puyol, jogador espanhol á retirado e grande figura do Barcelona apoiou a ideia afirmando que “um Mundial é a festa do futebol, quantas mais seleções, melhor”. A estrela argentina de futebol Diego Maradona também se declara a favor da nova medida do Mundial de futebol.

“É uma grande ideia, ter mais equipas animará as pessoas a voltar às bancadas [dos estádios]”, afirmou Maradona.

No entanto, se estrelas, mundialmente conhecidas, de futebol são a favor do alargamento, o presidente da liga espanhola de futebol, Javier Tebas, insurge-se contra a medida. Numa entrevista dada ao jornal francês L’Équipe, Tebas afirma que o presidente da FIFA, Gianni Infantino, “comporta-se como [Joseph] Blatter”, seu antecessor, que se demitiu em 2015 após o escândalo de corrupção que abalou o organismo.

“Infantino comporta-se como Blatter, que tomava as decisões sozinho, sem se preocupar com ninguém”, avaliou Tebas, acrescentando que os clubes estão “muito incomodados”. O presidente da ‘LaLiga’ acusa a FIFA de ter avançado com a proposta de ampliação “por razões políticas”, sem ter consultado o futebol profissional, considerando que esta atitude “não é aceitável”.

Para o responsável espanhol, “a indústria do futebol mantém-se graças aos clubes e às ligas e não graças à FIFA”, acrescentando que “é fácil ‘engordar’ esta competição [o Mundial] sem pagar aos protagonistas”.

“Gianni Infantino faz política. Para ser eleito, prometeu mais países no Mundial. Quer cumprir essas promessas, mas as promessas que fez ao futebol profissional não as cumpre”, disse ainda Javier Tebas.

UEFA congratula-se com alargamento do Mundial de futebol a 48 seleções

A UEFA congratulou-se com a decisão do Conselho de FIFA de alargar de 32 para 48 seleções o Mundial de futebol, a partir de 2026. Em comunicado, a UEFA mostra-se ainda satisfeita por a FIFA ter adiado, para já, a “decisão de atribuição de vagas por confederação no novo formato da competição”.

O organismo que gere o futebol europeu manifesta-se satisfeito com o facto de o novo formato “não aumentar a carga sobre os jogadores”, uma vez que continuará a ter a mesma duração da competição atual. Com este novo formato, o Mundial passará dos atuais 64 jogos para 80, mas continuará a disputar-se durante 32 dias, como sucede atualmente.

O Conselho da FIFA, órgão que substituiu o Comité Executivo, aprovou hoje, por unanimidade, o alargamento da fase final Mundial de futebol, a partir de 2026, de 32 para 48 seleções, distribuídas por 16 grupos de três equipas. A competição vai contar com 16 grupos, de três equipas cada, com as duas primeiras a classificarem-se para a fase seguinte, entrando então num sistema de eliminatórias a partir dos 16 avos de final.