O Snap – empresa mãe da rede social Snapchat – optou por localizar a sua sede internacional em Londres, pagando impostos no Reino Unido, segunda a imprensa internacional. A BBC explica que a decisão é invulgar para uma startup tecnológica americana, porque, regra geral, escolhem montar os escritórios internacionais em países com mais vantagens fiscais, como a Irlanda.

“Acreditamos nas indústrias criativas do Reino Unido. O Reino Unido é o país onde se encontram os nossos clientes da área de publicidade, e onde estão mais de 10 milhões de Snapchatters, e onde também já começámos a recrutar talento”, afirmou Claire Valoti, responsável do Snap Group, no Reino Unido.

A rede social – que o Facebook já quis comprar – já tinha um escritório no país, mas agora o espaço, que conta com 75 colaboradores, também vai funcionar como centro das operações internacionais, registando e tributando as receitas do grupo em todo o mercado não-americano. Aparentemente, o Brexit não assustou Evan Spiegel , líder da rede.

Explica a BBC que a decisão de colocar o centro internacional do Snapchat em Londres prova que a saída do Reino Unido da União Europeia não impede que o país continue a ser atrativo para as empresas tecnológicas,sobretudo para aquelas que não transportam bens de um lado para o outro (que é o que acontece com as empresas de software).

Na Forbes, lê-se que a decisão do Snap pode ter tido por base uma mudança governamental recente, levada a cabo pelo ex-ministro das Finanças George Osborne. A alteração permite agora que apenas os lucros obtidas pelas empresas no Reino Unido sejam tributados no país. Antes, a tributação incidia sobre os lucros globais das empresas.

O Snapchat diz ter 150 milhões de utilizadores diários ativos e que cerca de 50 milhões estão no mercado europeu. Para março, espera-se um IPO, ou seja, a entrada do Snapchat em bolsa, numa operação que ronda cerca de 25 mil milhões de dólares (23,6 mil milhões de euros). É dos IPO mais esperados no mercado tecnológico em 2017.

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