O já “incontornável” Consumer Electronics Show, que de uma feira de electrónica praticamente se tornou num salão do automóvel futurista, foi o palco eleito por Carlos Ghosn, presidente e CEO da Nissan, para revelar as várias novas tecnologias e parcerias que ajudarão o sector a caminhar rumo a um futuro em que os automóveis sejam totalmente “limpos” e não causem qualquer fatalidade. Por exemplo, para acelerar a chegada dos veículos autónomos, foi anunciada uma nova solução, de seu nome Mobilidade Autónoma Simples (SAM), desenvolvida a partir de tecnologia da NASA.
Combinando a inteligência artificial com o suporte humano, a SAM pretende permitir que os veículos possam tomar certas decisões em situações de perigo, ao mesmo tempo que vão construindo a sua própria inteligência artificial. Como? Sempre que o veículo se depara com algo inesperado e não sabe como proceder, pode recorrer a um “gerente de mobilidade” – alguém que está sentado numa espécie de call center e que, examinando imagens e os dados recolhidos pelos sensores do automóvel, decide qual a melhor forma de lidar com a situação em concreto. Não só o sistema “aprende”, para numa situação futura saber de imediato como actuar, como essa aprendizagem pode ser partilhada automaticamente com uma frota inteira.
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Esta solução, inserida no conceito de Integração Inteligente Nissan, deverá permitir que, num espaço de tempo relativamente curto, os automóveis autónomos possam coexistir com os condutores humanos – sem dúvida uma das grandes preocupações quando se pensa na implementação efectiva da condução totalmente autónoma.
Carlos Ghosn fez ainda saber que a Nissan e a DeNA, uma empresa de Internet, vão em breve iniciar testes de desenvolvimento de veículos sem condutor para uso comercial. A primeira fase arrancará já este ano, em zonas do Japão especificamente destinadas a este tipo de experiência, para que, em 2020, esta tecnologia já possa ser testada, para fins comerciais, na área metropolitana de Tóquio.
Garantido foi que a próxima geração do Leaf irá contar com o sistema ProPilot, estreado recentemente no Nissan Serena vendido no Japão, e capaz de assegurar a condução autónoma em auto-estrada, mas apenas numa única faixa de rodagem. Quanto aos veículos conectados, ficou a garantia que a Aliança Renault-Nissan continuará a trabalhar com a Microsoft na próxima geração desta tecnologia, especialmente no assistente pessoal Cortana, destinado a tornar mais simples e produtiva a tarefa da condução.
Por fim, para apoiar as políticas e o planeamento necessários à integração destas tecnologias nas cidades do futuro, a aliança franco-nipónica estabeleceu uma parceria com a “100 Resilient Cities” (100RC), organização sem fins lucrativos criada pela Fundação Rockfeller com o objectivo de ajudar as cidades a desenvolverem soluções para os novos desafios físicos, sociais e económicos que se avizinham. Primeiro parceiro do sector automóvel da instituição, a Nissan e a 100RC trabalharão no sentido de ajudar as cidades a construir as bases para a implementação dos veículos autónomos, dos veículos eléctricos e dos novos serviços de mobilidade.
