O primeiro-ministro António Costa fez um balanço final sobre a sua visita de Estado a Goa, afirmando que “há um grande empenho e interesse” de ambas as partes em “criar um novo caminho”. Desde cooperação empresarial, científica, tecnológica e, até, cinematográfica, António Costa afirmou que os contactos feitos na sua visita foram positivos.

A perspetiva depois dos contactos feitos com as autoridades políticas, fóruns empresariais, ministro da Defesa e da Economia, levam a querer que a “porta ficou aberta e que há uma grande probabilidade de a usar”.

O primeiro-ministro ressalvou ainda a ideia de que tanto a sua visita à Índia como à China foram feitas no início do seu mandato porque visam “abrir um caminho que é preciso dar continuidade”. Afirmou ainda que, daqui a um ano, se poderá analisar melhor o sucesso, ou não, desta visita.

Costa concluiu que da parte das autoridades políticas existe um grande empenho em manter relações com Portugal e que o primeiro-ministro indiano foi inequívoco nos sinais que deu e no interesse que mostrou em utilizar Portugal como um parceiro estratégico. Falou ainda do interessa da industria cinematográfica indiana, Bollywood, em “utilizar Portugal como plataforma para a produção” de filmes indianos. “Essa vontade existe. Vontade de aprofundar laços”, confirma.

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António Costa falou ainda das suas origem que, em certa parte, podem ter facilitado a empatia com o país e a criar “uma relação especial” com as autoridades indianas e, sobretudo, num “virar a página do passado”. Nas suas declarações finais, disse ainda que “não é por acaso que em 40 anos é a primeira vez que um primeiro-ministro visita Goa”.

António Costa deixou ainda um convite ao primeiro-ministro indiano para que visite Portugal, não apenas para fazer um balanço do que já foi falado como também para “lançar novas pistas para o futuro”.

Costa defende que último leilão de dívida teve resultados razoáveis

Ainda na mesma ocasião, o primeiro-ministro, António Costa, voltou a desdramatizar a evolução da dívida portuguesa nos mercados internacionais, designadamente no prazo a dez anos, e defendeu que o último leilão de quarta-feira teve condições “razoáveis”.

António Costa falava aos jornalistas após visitar a Sé Catedral e a Basílica de Bom Jesus da Velha Goa, na Índia, ocasião em que, porém, se recusou a comentar as posições de políticos e economistas que têm defendido a nacionalização do Novo Banco.

Confrontado com o facto de os juros da dívida portuguesa estarem a atingir os valores mais elevados dos últimos três anos, o primeiro-ministro invocou a conclusão retirada por um conjunto de analistas, segundo a qual o leilão de quarta-feira, face à conjuntura existente, “teve condições razoáveis”.

“O impacto que o leilão teve imediatamente nas taxas de juro foi o da sua redução. Penso que, conforme forem conhecidos os dados fundamentais da nossa economia e das nossas finanças, a evolução continuará positiva”, sustentou.

Interrogado sobre a questão da nacionalização do Novo Banco, António Costa deu a seguinte resposta: “Esse tema não foi abordado aqui em conversa com o senhor arcebispo de Goa”, Dom Filipe Neri.