A Agência de Proteção Ambiental norte-americana (EPA, sigla em inglês) acusou esta quinta-feira o grupo Fiat Chrysler de usar um software que permite que alguns dos seus camiões a diesel consigam corromper os testes de emissões, escreve o jornal norte-americano Washington Post, que cita uma fonte da EPA.

Os veículos envolvidos, que podem chegar até 104 mil carros afetados, correspondem aos modelos Dodge Ram 1500 e Jeep Grand Cherokees dos anos 2014, 2015 e 2016, com motores 3.0 a diesel, vendidos nos EUA.

As ações da empresa listadas nos EUA caíram mais de 18% esta quinta-feira, assim que a Reuters começou por relatar o sucedido. Depois de confirmada a acusação da EPA as ações acabaram por ser suspensas. Escreve a agência Lusa que, na bolsa de Nova Iorque, os títulos da Fiat Chrysler registavam uma descida de 9,8% pouco depois das 15h30 (hora de Lisboa).

Segundo a EPA, aqui citada pelo Washington Post, não são necessárias medidas imediatas por parte dos proprietários dos veículos visados, sendo que estes continuam a ser “seguros e legais”.

Num comunicado emitido esta quinta-feira e citado pela Reuters, a Fiat Chrysler disse estar “dececionada” com as afirmações da EPA e garantiu que os seus veículos a diesel cumprem todos os “requisitos”. A FCA argumentou ainda que vai provar à EPA que os seus mecanismos de controle de emissões são “devidamente justificados” e não são usados para manipular emissões.

De referir que já antes a Volkswagen se encontrou numa situação semelhante, quando a 18 de setembro de 2015 foi acusada pela mesma agência de, pelo menos desde 2009, ter “introduzido na programação informática (software) de vários modelos com motorização diesel um algoritmo que detetava quando o carro estava a ser submetido a testes em laboratório e, nessas alturas, reduzia a quantidade de emissões poluentes para passar nos testes”, tal como se pode ler no Explicador que, à data, o Observador publicou.

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