O guião da prova de Comandos do 127.º curso, em que morreram os recrutas Hugo Abreu e Dylan Silva, poderá ter sido alterado. O programa “6ª às 9”, da RTP, refere diferenças entre o documento entregue aos instrutores do curso e aquele que foi entregue às autoridades judiciais.

Segundo a investigação da RTP, o guião da prova entregue aos instrutores do 127.º curso tinha, logo na capa, uma data: abril de 2016. Um dado que já não se encontrava na cópia entregue ao Ministério Público. Além disso, do documento que chegou às mãos da procuradora Cândida Vilar, do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, há dois parágrafos que não constavam do documento original.

Num dos parágrafos, a informação sobre a quantidade de água a disponibilizar aos recrutas refere cinco litros de água. Essa é a informação constante do documento entregue à investigação — o que contrasta com o anterior documento, utilizado pelos instrutores do curso, onde se prevê que os recrutas não deverão ter acesso a mais de três litros de água.

A segunda alteração diz respeito às competências do médico que acompanha a prova. Ao contrário do que estipula o documento usado pelos instrutores, o clínico estaria autorizado a enviar militares diretamente para o hospital.

À RTP, o Exército justifica as diferenças entre os dois guiões com as revisões de que o documento terá sido alvo, entre o 126.º e o 127.º cursos de Comandos.

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