O antigo presidente do parlamento espanhol Patxi López vai apresentar no domingo ao meio-dia a candidatura às primárias do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), avança o El País. Este sábado os socialistas reuniram-se para definir o calendário das primárias e do congresso, que agendaram para 17 e 18 junho. López aproveitou para apresentar a sua candidatura ao presidente da comissão gestora que lidera o partido, Javier Fernández. Dificilmente estará sozinho na corrida, uma vez que os meida espanhóis dão como quase certa a candidatura da presidente da Andalucía, Susana Díaz.

À chegada à reunião do Comité Federal, Patxi López terá dito que não era dia de discutir candidaturas, mas de definir calendário. Sobre esse assunto, lembrou: “Sempre defendi que este processo interno de primárias e de congresso deveria ser feito quanto antes porque temos de encerrar este capítulo para termos um projeto social-democrata para a sociedade que faça frente à direita neste país.” Lá dentro, de acordo com fontes socialistas citadas pelo El País, Patxi López terá avançado para a candidatura com “muchas ganas”. A presidente da Andalucía, embora ainda não tenha anunciado, terá feito, de acordo com o diário espanhol, vários contactos nesse sentido.

O antigo presidente do governo regional basco foi dos que se pronunciou contra a abstenção que viabilizou o governo de Mariano Rajoy (PP), embora não tenha furado a indicação da direção do partido então liderado por Pedro Sanchèz (existiram 15 deputados rebeldes, Patxi era então presidente do Parlamento espanhol).

Quem é Patxi López?

O ex-presidente do parlamento espanhol e do País Basco nasceu em Barakaldo (Biscaia, País Basco) em 1959 e é militante do PSOE desde 1977. Patxi estou engenharia industrial na Universidade do País Basco e foi deputado basco entre 1991 e 2014. É casado com Begoña Gil, secretária de Política Institucional e Reformas Institucionais da federação basca do PSOE, tendo por isso também assento no comité federal. O órgão que reúne este sábado para funciona num sistema parlamentário e é diretamente responsável pela linha política e pelo controlo da direção do partido (o comité executivo).

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Patxi López foi presidente do parlamento espanhol entre janeiro e julho de 2016, apesar de ser do segundo partido mais votado. O basco foi eleito por via de um acordo do PSOE (que na altura tinha 90 deputados) com o Ciudadanos (40) levou a que o PP de Rajoy não apresentasse qualquer candidato.

Tal como tinha acontecido com Ferro Rodrigues em Portugal, também em Espanha Patxi foi o primeiro presidente do Parlamento de Espanha que não saiu das fileiras do maior partido no Parlamento. O presidente do Parlamento português enviou na altura uma mensagem ao agora candidato à liderança do PSOE desejando que ambos pudessem contribuir “para a dignificação da atividade parlamentar e para uma cada vez maior proximidade entre eleitos e eleitores”. Ferro acrescentou ainda: “Não quero deixar de expressar, desde já, o meu desejo de que nos possamos encontrar em breve, o que, espero, signifique a vontade de estreitarmos as já fortes relações entre os nossos parlamentos”.

Patxi fez uma pequena traição a Sánchez quando em novembro publicou um artigo no El País a dizer que estava “na hora de reconstruir o partido, sarar as feridas e procurar a força da unidade, mas também de renovar o nosso projeto”.

O líder de transição do partido Javier Fernández defendeu que os socialistas devem aproveitar para “sanar” as feridas que abriram nos últimos meses. Fernández pede aos socialistas “unidade” para que “a agenda do PSOE passe a ser a agenda de Espanha”. Mas não se espera uma passadeira vermelha para Patxi López.