Assunção Cristas sugeriu esta segunda-feira que o CDS deverá votar contra a redução da Taxa Social Única (TSU) no Parlamento. A líder democrata-cristã já tinha garantido em entrevista ao Observador que não ajudaria o Governo socialista em circunstância alguma a passar a medida na Assembleia da República e veio reforçar a orientação do partido, lembrando a posição do CDS em 2016.

“Em 2016 votou contra uma medida parecida, com uma justificação muito clara e que tinha a ver com o facto da baixa da TSU ser financiada pela própria Segurança Social. Uma situação que não nos parecia de todo adequado”, sublinhou a líder democrata-cristã.

Na entrevista ao Observador, questionada se o CDS estava disponível, em teoria, a ajudar os socialistas a passarem o medida, Cristas foi perentória: “Não”. “Por uma razão muito simples”, explicou a líder do CDS. “O PS escolheu os seus parceiros e a sua via. Podia ter escolhido apoiar, nem que fosse com a abstenção, um governo de centro-direita e influenciar a governação de um governo PSD/CDS, impondo as suas condições, mas não quis. Foi por outra via, agora tem de colher aquilo que esteve a semear”.

Agora, em declarações à Agência Lusa, a líder do CDS afirmou estar a aguardar “que o documento seja promulgado e publicado”, para depois, se houver apreciação parlamentar, poder “fazer uma discussão no parlamento”.

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Cristas disse ainda desconhecer a medida negociada entre o Governo e os parceiros sociais, “na forma como é financiada, se pelo Orçamento de Estado, se pela Segurança Social”. “Há esse detalhe que procuramos perceber e também em que medida é que as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) podem ser compensadas pelo aumento do salário mínimo”, acrescentou.

Assunção Cristas revelou que o CDS-PP está a efetuar contactos com os parceiros sociais, no sentido de procurar saber “quais são os impactos da redução da TSU caso o acordo não seja respeitado integralmente”.

Na opinião da líder do CDS-PP, o Governo “de forma ligeira e inconsequente, comprometeu-se com um acordo com dois pontos centrais e, na verdade e ao que parece, só está em condições de garantir o cumprimento de um desses pontos”.