Pelo menos 180 migrantes poderão ter morrido no naufrágio de sábado no Mediterrâneo, junto à costa líbia, segundo testemunhos recolhidos pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

A porta-voz da organização em Itália, Carlotta Sami, disse na rede social Twitter que esse foi o número de desaparecidos após as declarações recolhidas nas últimas horas.

Sami informou que os desaparecidos, que se teme terem morrido, terão passado “horas em mar aberto”, segundo os testemunhos recolhidos junto de quatro sobreviventes do naufrágio, dois eritreus e dois etíopes, quando chegaram ao porto de Trapani, no oeste da Sicília.

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Os quatro sobreviventes, três homens e uma mulher, explicaram ter partido da Líbia com mais de 180 pessoas, todas originárias do Corno de África, a bordo de uma embarcação de madeira de dois pisos contaram à AFP os porta-vozes do ACNUR e da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Ao fim de cinco horas de navegação, o motor avariou-se e a embarcação começou a meter água e a afundar-se. Um dos sobreviventes contou ter tentado em vão encontrar a sua mulher, que estava no centro da embarcação.

Após longas horas na água, os sobreviventes foram socorridos a 30 milhas náuticas das costas líbias por um navio francês envolvido na operação Triton da agência europeia de controlo de fronteiras Frontex, e posteriormente transferidos para o Siem Pilot, um navio norueguês também integrado no Frontex.

O Siem Pilot chegou na segunda-feira a Trapani com os quatro sobreviventes e outras 34 pessoas socorridas de um outro barco, mas também com quatro cadáveres encontrados nas zonas dos naufrágios.

Segundo o ACNUR, mais de 2.300 migrantes chegaram a Itália desde o início do ano.

Em 2016, as autoridades italianas registaram mais de 181.000 chegadas, enquanto o ACNUR registou mais de 5.000 mortos ou desaparecidos no Mediterrâneo.