Funchal, Complexo Desportivo da Madeira. Dia 1 Setembro 2012. Ao minuto 54, uma jogada de entendimento entre Andrés desbloqueia o 0-0 entre União e Benfica B. André Gomes liberta para André Almeida. O homem recebe, olha para a baliza e atira com o pé direito sem medo. A bola vai direita ao ângulo superior, sem a mínima hipótese para Christopher. A festa é imensa e o herói festeja com o suplente Mvom. Daí para cá, André Almeida faz 180 jogos pelo Benfica e nada, nem mais um golo para amostra. Até hoje.

Aos 30 minutos, já com 1-0 a favor do Benfica, obra do número 21 Pizzi ao minuto 21, o lateral-esquerdo cruza para o meio da área, Mitroglou falha a emenda por milímetros e a bola entra na baliza. À surpresa, segue-se uma alegria imensa. Todos os jogadores, à excepção de Júlio César, atiram-se a André Almeida e agraciam-no com aqueles mimos simpáticos na nuca. Chi-ça, aquilo até ferve. O herói afasta-se sem rodeios. Pudera, um calduço ainda vá, uns 20 já é demais. Pergunta para quizz: última vez que o Benfica marca os dois primeiros golos em casa para a Taça por jogadores portugueses? João Pereira e Tiago vs Estrela, em Novembro 2003.

E, já agora, o Leixões? Continua preso de movimentos, atado de ideias e sem sair do meio-campo. O 3-0 de Jonas, de baliza aberta, é só mais uma achega à evidente superioridade benfiquista, apostado em esquecer o 3-3 de sábado vs Boavista para chegar à sua 48.ª meia-final da Taça de Portugal (contra 44 de Sporting e Porto). O intervalo está quase quase a chegar e o Leixões dá um ar da sua graça, com desmarcação preciosa de Fatai para Fati e amortie para Porcellis. Pim pam pum, isto afinal é fácil.

Para a segunda parte, basta um nome: Mitroglou atira à trave e falha um golo na cara de Assis antes de assinar um hat-trick. Pelo meio, Porcellis completa o bis do Leixões e novamente a passe de Fati. A dupla dá que falar, o problema é a distância de qualidade entre o líder da 1.ª divisão e o 20.º classificado da 2.ª. E nem as seis entradas no onze (Júlio César, Lisandro, Jardel, Carrillo, Zivkovic e Mitroglou) beliscam minimamente qualquer projecto. O Benfica está bem, aconselha-se e continua em quatro frentes. Acaba 6-2 (o primeiro de sempre na Luz para a Taça). Oito golos, tantos quantos aqueles no primeiro jogo de sempre entre as duas equipas na Luz, em Maio 1970 (Torres, Simões, Diamantino, Artur Jorge, Artur Jorge, Raul Águas, Jaime Graça, Raul Águas, 8-0).

Estádio da Luz, em Lisboa
Árbitro: Gonçalo Martins (Vila Real)
BENFICA: Júlio César; Nélson Semedo, Jardel (cap), Lisandro e André Almeida; Carrillo, Samaris (Danilo, 76′), Pizzi (André Horta, 46′) e Zivkovic; Jonas (Gonçalo Guedes, 70′) e Mitroglou
Treinador: Rui Vitória (português)
LEIXÕES: Assis; André Teixeira, Wellington, Silvério e Belly; Salvador (Chiquinho, 46′), Bruno China (cap) e Bruno Lamas; Fati (Ludovic, 77′), Fatai (Shihao, 62′), Porcellis
Treinador: Daniel Kenedy (português)
Marcadores: 1-0, Pizzi (21′); 2-0, André Almeida (30′); 3-0, Jonas (38′); 3-1, Porcellis (43′); 4-1, Mitroglou (60′, gp); 4-2, Porcellis (67′); 5-2, Mitroglou (70′); 6-2, Mitroglou (90’+1)

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