Uma nova sondagem feita para o Le Monde, e divulgada esta quinta-feira, confirma a tendência clara de subida de Marine Le Pen nas sondagens para a primeira volta das eleições presidenciais em França. A líder nacionalista levará entre 25% e 26% dos votos na primeira volta, segundo as intenções de voto, contra os 23% a 25% do candidato republicano François Fillon, que está em queda desde dezembro. Além de Le Pen, quem está a subir é, também, Emmanuel Macron, que foi ministro de Hollande mas concorre como independente e parece ser o candidato mais forte da área da esquerda.

A sondagem é da responsabilidade da Ipsos Sopra Steria, um trabalho contratado pela Cevipof e pelo Le Monde. Houve uma inversão da liderança nas sondagens, já que em dezembro Fillon liderava com 28% das intenções de voto à primeira volta e Le Pen não passava dos 25%. Ou seja, o cenário é mais de uma queda de François Fillon do que de subida de Le Pen, o que alguns analistas explicam com a indicação por parte do candidato republicano de que se oporia à saída de França do Tratado de Schenghen e, portanto, à retirada da liberdade de circulação e movimento entre os países europeus.

Esta sondagem não inclui intenções de voto numa eventual segunda volta eleitoral, altura em que se acredita que, mesmo que Le Pen vá ao tête à tête, o outro candidato poderá beneficiar dos votos moderados do candidato que tiver ficado pelo caminho. E, de acordo com esta sondagem, quem deverá ficar pelo caminho é o candidato do Partido Socialista, Manuel Valls. É Emmanuel Macron que aparece em terceiro lugar, depois de uma forte subida de popularidade nas últimas semanas deste candidato que foi ministro de François Hollande mas concorre como independente.

French Economy and Industry minister Emmanuel Macron looks on during his visit at the Rauschmaier insulation workshop on August 25, 2016 as part of his visit in Colmar. / AFP / SEBASTIEN BOZON        (Photo credit should read SEBASTIEN BOZON/AFP/Getty Images)

Emmanuel Macron nunca venceu uma eleição na vida e era um desconhecido do público até ser nomeado ministro da Economia e da Indústria por François Hollande. (Foto: SEBASTIEN BOZON/AFP/Getty Images)

A ascensão meteórica de Macron, um desconhecido até ser nomeado ministro por Hollande e que nunca venceu uma eleição na vida, foi analisada esta semana num texto do Financial Times. O candidato, que ainda não celebrou o 40º aniversário, tem defendido uma reforma económica com base no investimento na educação, na tecnologia e nas energias renováveis.

O primeiro adversário de Macron é o candidato socialista Manuel Valls, que ainda não garantiu a nomeação socialista e poderá perdê-la para outro candidato bem mais conotado com a esquerda, Benoît Hamon, que defende um horário de trabalho de 32 horas semanais e quer um imposto sobre a pesquisa em robótica para financiar um rendimento básico universal para os franceses. Se Hamon vencer a nomeação socialista, Macron terá melhores hipóteses de ser o melhor candidato à esquerda e poderá ambicionar passar à segunda volta para defrontar ou Marine Le Pen ou François Fillon.

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