O segundo comandante-geral da Polícia Nacional angolana determinou esta quinta-feira que só devem prestar declarações à imprensa os efetivos habilitados e instruídos para o efeito, contrariamente ao que acontece atualmente, e tendo em conta a aproximação do período eleitoral.

Salvador Rodrigues falava em Luanda, no encerramento de um seminário metodológico para os diretores provinciais e chefes de departamentos de comunicação da Polícia Nacional, tendo assinalado a necessidade de a informação a prestar à população dever ser “real, oportuna e verdadeira”, devido ao “delicado período eleitoral”, com eleições gerais em Angola previstas para agosto.

“Não devemos todos falar para os meios de comunicação social, cada um de nós ao seu jeito, cada um de nós com aquilo que lhe apetece dizer. Devem ser os especialistas da Polícia Nacional que beneficiaram dessa informação, por orientação dos chefes das áreas dos territórios onde vocês laboram a passar a informação para os média para que a nossa população tenha o conhecimento da verdade”, avisou o segundo comandante-geral.

Para o comissário-chefe Salvador Rodrigues, o período eleitoral que se aproxima obriga a cuidados redobrados na comunicação da polícia: “Vamos entrar para o período de eleições, um período delicado e toda informação que não for prestada com realismo, com celeridade, com verdade poderá complicar e manchar o bom trabalho que muitos de nós presta à comunidade”.

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A Polícia Nacional de Angola promoveu este seminário metodológico nas instalações do Comando Provincial de Luanda de 17 a 19 de janeiro, com o propósito de “melhor comunicar ” tendo em atenção as eleições gerais.

O Presidente angolano disse a 12 de janeiro, em Luanda, que o acompanhamento da comunidade internacional nas eleições gerais deste ano permitirá “confirmar” a “isenção” dos resultados, para que não se repita a “violência gratuita” como a de eleições recentes noutros países africanos.

José Eduardo dos Santos sublinhou que a “crescente maturidade política” do povo angolano “vai permitir que essa escolha seja feita com maior consciência”.

Atualmente decorre o processo de registo eleitoral, conduzido pelo Ministério da Administração do Território, com o apoio das Forças Armadas Angolanas e da polícia.

A oposição angolana tem vindo a ameaçar não reconhecer os resultados eleitorais, contestando a entrega desse processo ao Governo, reclamando antes que fosse assumido pela Comissão Nacional Eleitoral.

“Esperamos que as eleições em Angola decorram num espírito de tolerância e como um caso de referência para o nosso continente”, enfatizou José Eduardo dos Santos.

“O apoio e acompanhamento da comunidade internacional (…) permitir-nos-á avaliar e confirmar com isenção o resultado que será ditado pelas urnas, para que não se repitam as cenas lamentáveis como as que têm ocorrido em alguns países africanos onde, infelizmente, as contestações dos atos eleitores são acompanhadas pela violência gratuita promovida pela parte perdedora”, disse.