Depois de mais de duas décadas no poder, o Presidente cessante da Gâmbia Yahya Jammeh, que admitiu governar o país durante um bilião de anos, enfrenta uma eventual intervenção militar se não abandonar o poder. Poucos minutos depois da meia-noite (mesma hora em Lisboa), o prazo estabelecido pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para Yahya Jammeh apresentar a sua demissão, não havia qualquer tomada de posição.

Um comandante militar da CEDEAO anunciou que as tropas já estavam posicionadas ao longo das fronteiras da Gâmbia. Pouco antes da meia-noite de quarta-feira, Yahya Jammeh esteve reunido com o Presidente da Mauritânia, que deixou o país nas primeiras horas desta quinta-feira .

Milhares de gambianos deixaram o país, incluindo alguns antigos ministros que apresentaram a demissão nos últimos dias. Centenas de turistas estrangeiros foram retirados em voos especiais, embora alguns optassem por permanecer a relaxar junto das piscinas, apesar da tensão que se vive o país.

A Gâmbia é um popular destino dos turistas britânicos, a antiga potência colonial. A zona central de Banjul, capital da Gâmbia, estava vazia, com todas as lojas fechadas, mas não havia a presença visível de militares, com exceção do posto de controlo à entrada da cidade.

A Gâmbia vive uma grave crise política depois do Presidente cessante anunciar que não reconhece os resultados das eleições presidenciais, realizadas a 1 de dezembro, uma semana depois de ter felicitado Adama Barrow pela vitória no escrutínio. Adama Barrow está atualmente em Dacar, capital do Senegal.

Yahya Jammeh chegou ao poder na Gâmbia em 1994 através de um golpe de Estado e desde então lidera aquele pequeno país anglófono com menos de dois milhões de habitantes, um enclave no território do Senegal com acesso ao oceano Atlântico.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR