A Uber Technologies vai pagar 20 milhões de dólares [18,8 milhões de euros] para encerrar um processo que lhe foi movido pela Federal Trade Comission (FTC). O organismo de regulação dos Estados Unidos, que tem como objetivo defender os consumidores e a concorrência, acusou a empresa de ter exagerado as expetativas de remuneração dos motoristas que trabalham para a plataforma, revelou o Wall Street Journal. O objetivo foi o de aumentar as possibilidades de recrutamento de novos condutores, de acordo com os pormenores processuais revelados num tribunal federal da Califórnia e que foram conhecidos nesta quinta-feira.

No respetivo site, a Uber anunciou que os motoristas da empresa ganhavam, em média, mais de 90 mil dólares em Nova Iorque e 74 mil dólares em São Francisco quando, na realidade, os vencimentos são “consideravelmente” menores. Segundo ficou provado, menos de 10% dos motoristas que operam naquelas cidades conseguem ganhar somas semelhantes àquelas.

Além da multa, a empresa ficou proibida de divulgar informação enganadora sobre os salários dos motoristas, bem como sobre os programas de financiamento dos contratos de leasing dos automóveis usados nos serviços de transportes que são prestados sob a plataforma tecnológica. Na conclusão do processo, verificou-se que as taxas de juros cobradas aos motoristas no programa da Uber eram superiores àquelas que os consumidores com idênticos riscos de crédito conseguiriam obter no mercado.

A FTC acusou a Uber, que não admitiu ter agido de forma errada, nem desmentiu as alegações, de, através das suas práticas, ter causado “milhões de dólares em danos” aos motoristas. Uma porta-voz da Uber afirmou que a empresa estava “satisfeita” por ter alcançado um acordo com a FTC e acrescentou: “Procedemos a muitos melhoramentos na experiência dos motoristas durante o último ano e vamos continuar a forcar-nos em assegurar que a Uber é a melhor opção para quem quer que queira ganhar dinheiro no seu próprio horário”.

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