A falta de meios continua a impedir o aumento de produção de milhares de camponeses em Manica, centro de Moçambique, concluiu uma equipa multissetorial que acompanha a evolução agrícola na região após a devastação da seca.

“[Os produtores] querem mais insumos e extensionistas, o Governo esta a trabalhar para ajudar a população, é um trabalho que está a ser feito e a nível central também está a ser visto”, disse Daniel Massinga, chefe da brigada multissetorial que acompanha nas províncias moçambicanas a iniciativa presidencial de aumento de produção de alimentos e redução de importação de bens.

A brigada, constituída por técnicos de sete ministérios, considera que os camponeses foram encorajados a aumentar a produção de alimentos por hectare, e incentivou que os camponeses usem sementes melhoradas, para estender a área de produção e combater a constante insegurança alimentar, que foi agravada no último ano por desastres naturais.

“Nós [Governo] temos provedores, é preciso fazer um trabalho com os provedores de insumos, e é preciso promover feiras”, observou Daniel Massinga, sobre a persistente reclamação dos camponeses da falta de acesso a insumos nos distritos de Manica, férteis em campos agrícolas, mas com constantes bolsas de fome.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O chefe da brigada referiu que em Gondola, na mesma província, o governou local decidiu subsidiar sementes agrícolas na época 2016/2017, para minimizar o custo de aquisição de insumos.

A brigada multissetorial instou ao aumento de produção na campanha em curso, após largas perdas de colheitas na época anterior, devido à seca severa que atingiu Manica, além do conflito entre as forças do Governo e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que provocou uma vaga de deslocados.

Para esta época, Manica planificou 1,2 milhão de hectares de culturas diversas, numa produção total de 3,4 milhões de toneladas.

“Há previsão de se cumprir com as metas estabelecidas e vai-se fazer com que haja um aumento de produção e consigamos baixar os níveis de importação de produtos de primeira necessidade”, afirmou Massinga.

Na campanha agrícola passada, a província de Manica foi atingida pela pior seca desde 1999, que destruiu mais de 100 mil hectares de culturas alimentares diversas, deixando milhares de pessoas em insegurança alimentar nos seus 11 distritos.

A equipa multissetorial é constituída por técnicos dos ministérios da Agricultura, Defesa, Interior, Economia e finanças, Industria e Comercio, Recursos Minerais e Mar e Águas Interiores.