O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, disse este sábado no Funchal, que nunca viu um “governo tão revanchista” na história económica do país quanto o do PS, acusando-o de “reverter” todas as reformas do passado.

“Aquilo que constitui o cerne do programa do governo é, no essencial, reverter reformas que vieram do passado, quando devíamos estar a acrescentar reformas para o futuro que apurassem as expetativas dos investidores, que trouxessem mais confiança”, afirmou Passos Coelho na abertura do XVI Congresso do PSD/Madeira, que decorre este fim-de-semana na capital da região autónoma.

O líder social-democrata vincou que o governo de António Costa “não traz ambição para o futuro”, nem apresenta uma “ideia mobilizadora” para atrair investimento, e, por isso, afastou a possibilidade de vir a apoiar as suas políticas.

“O PSD não faz parte da geringonça que governa o país e, portanto, sempre que essa geringonça não se entender, que façam um esforço maior de entendimento e possam olhar para PSD sem ver o parceiro que lhes falta cada vez que as coisas funcionam mal”, disse.

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Pedro Passos Coelho sublinhou que o PS não ganhou as eleições, pelo que a sua legitimidade é apenas parlamentar e não eleitoral, razão pela qual a governação deve resultar do entendimento entre os partidos que o apoiam, o BE e a CDU.

“Nós não andaremos a votar contra por votar, mas não esperem que a gente tenha de votar a favor apenas porque o governo se desentende com os partidos mais radicais”, advertiu, acrescentando que “basta de habilidades balofas”.

O presidente do PSD salientou, por outro lado, que o país tem pela frente “anos difíceis” apenas porque o executivo socialista está a “desperdiçar oportunidades” e lembrou que outros países, como a Irlanda e a Espanha, enfrentaram crises semelhantes à de Portugal, mas agora estão a crescer muito mais.

Pedro Passos Coelho aproveitou a sua presença na Região Autónoma para recordar a forma “inexplicável” como o governo de António Costa deixou de parte o financiamento para a construção de um novo hospital na Madeira, que foi “um compromisso nacional” assumido em 2015.

O líder social-democrata defendeu ainda que o modelo de financiamento das regiões autónomas por parte da República deve assentar num compromisso “ainda mais forte” para o futuro.

O XVI Congresso do PSD/Madeira vai reconduzir Miguel Albuquerque na liderança do partido, já que venceu, sem qualquer opositor, as eleições internas que se realizaram a 09 de dezembro de 2016, nas quais foi reeleito com 98,2% dos votos (2.850) dos 2.901 militantes que exerceram o direito de escolha.

Albuquerque é o subscritor da única moção de estratégia global intitulada “Proximidade, Confiança, Desenvolvimento” que traça os objetivos a seguir até final do mandato em 2019.