O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, inaugurou este domingo as obras no chamado Eixo Central, entre a Avenida da República e o Saldanha. Fê-lo com “pompa e circunstância”, com skaters, patinadores, palhaços e performances artísticas, com cheiro a campanha por todo o lado, e Assunção Cristas, candidata do CDS à autarquia, não gostou do show.
É aí que se vê o “contraste de prioridades”, acusa a líder do CDS num vídeo divulgado no domingo como reação à mega festa do candidato socialista: “Para Fernando Medina, o que interessa é o que fica bonito aos olhos de todos, para nós o que interessa é o que tem a ver com a qualidade de vida de todos os lisboetas, mesmo os que estão mais esquecidos e mais escondidos”, afirma.
Reconhecendo que a câmara socialista possa ter tido “alguma bondade” com aquelas obras e aquela festa, Assunção Cristas insiste que a torrente de obras na cidade tem muitos aspetos negativos. Certo é que nos últimos meses, entre a avenida da República e o Saldanha, circularam muito menos automóveis por causa das obras que provocaram congestionamentos ao tráfego e incómodos aos lisboetas a vários níveis, em particular no aumento considerável de trânsito.
“Para mim, o mais importante de tudo é perceber as obras que o presidente da Câmara de Lisboa [Fernando Medina] não fez durante este tempo todo que, aliás, a governação socialista não fez durante dez anos de governação da cidade”, diz no vídeo ontem divulgado, onde lembra a Lisboa “esquecida”, que está escondida aos olhos de todos mas que Cristas diz conhecer bem por se preocupar em conhecê-la.
É a Lisboa dos “bairros sociais, da degradação, das casas, das humidades, da falta de condições para as pessoas morarem”, aponta. “Continuarei a visitar e anotar as críticas mais do que legitimas de muitos moradores”, acrescenta, notando que é precisamente a esse nível que se pode ver o “contraste de prioridades”. “Para Medina, o que interessa é o que fica bonito aos olhos de todos. Para nós, o que interessa é o que tem a ver com a qualidade de vida de todos os lisboetas, de todos os habitantes da cidade sem exceção, mesmo aqueles que estão mais esquecidos e mais escondidos”, termina.