O britânico Bernie Ecclestone anunciou, esta segunda-feira, ter sido afastado das funções de diretor-executivo da Fórmula 1, sendo substituído no cargo por Case Carey — um norte-americano que liderava a produtora cinematográfica norte-americana “21st Century Fox”.

Hoje [segunda-feira] fui destituído. É oficial. As minhas funções foram assumidas por Chase Carey”, indicou Ecclestone em declarações à Auto Motor und Sport.

Ecclestone já tinha admitido em setembro do ano passado abandonar a Fórmula 1 devido a problemas com a Liberty Media, empresa do magnata norte-americano John Malone que comprou, a 23 de janeiro, os direitos do Campeonato do Mundo da modalidade rainha do desporto automóvel, por 8 mil milhões de dólares (cerca de 7,4 mil milhões de euros).

A venda da Fórmula 1 à Liberty Media foi oficialmente aprovada na semana passada pela Federação Internacional do Automóvel (FIA).

O empresário britânico, de 85 anos, mostrou-se então desagradado com algumas das decisões de Malone, sobretudo por ter nomeado Chase Carey como presidente, passando Ecclestone, até então “patrão” da Fórmula 1, a diretor-executivo.

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Graças a Deus que não preciso do dinheiro, não preciso de um emprego e, se eu achar que as decisões que estão a ser tomadas não são as corretas, desapareço de certeza”, afirmou então Ecclestone.

Em declarações à Auto Motor und Sport, Ecclestone indicou, no entanto, que se manterá ligado à Fórmula 1 como “presidente honorário”.

Presidente quer mais uma corrida nos EUA e mantém Silverstone

O novo patrão da Fórmula 1, Chase Carey, disse esta terça-feira que existem planos para a criação de uma nova corrida nos Estados Unidos (EUA) para o Mundial e a intenção de manter o Grande Prémio da Grã-Bretanha.

Os novos donos da prova, a empresa norte-americana Liberty Media, pretendem incluir uma nova etapa do Mundial, disse Carey à agência noticiosa AP. O objetivo é que a corrida seja realizada sem prejuízo do já existente Grande Prémio dos EUA, realizado no Texas, numa de quatro cidades: Nova Iorque, Los Angeles, Miami ou Las Vegas.

Quanto ao GP da Grã-Bretanha, em Silverstone, o norte-americano assegurou à BBC que a prova está “garantida”, uma vez que “o desporto nasceu na Europa ocidental”.

Queremos que continue a crescer e estamos a entender a dinâmica existente”, explicou o líder da F1, que revelou estar a procurar “novas formas de fazer com que estes eventos sejam ainda maiores e melhores”.

A prova é presença constante no calendário da Fórmula 1 desde 1950 e existe um acordo com a competição, desde 2010, para aí se manter até 2027.

Os diretores do circuito revelaram a 13 de janeiro a existência de negociações com o Governo britânico para suportar as dificuldades financeiras e manter a prova no calendário para lá de 2019, ano em que pode ser ativada uma cláusula de rescisão do acordo.

Carey assumiu o cargo depois do afastamento do milionário Bernie Ecclestone, que liderava a F1 há quatro décadas e agora é presidente honorário, assegurando o regresso do britânico Ross Brawn à organização, depois de quatro anos de ausência.

O britânico afirmou a vontade da Liberty em “manter as tradições e os valores da F1”, aliados à “emoção” dos novos circuitos.