O presidente da Zona Especial de Economia Social de Mercado de Timor-Leste, Mari Alkatiri, disse esta segunda-feira, numa visita ao Porto, que espera que num “futuro próximo” os Governos timorense e português estabeleçam acordos na área da saúde.

O também ex-primeiro-ministro de Timor-Leste está a visitar hospitais portugueses e no Centro Hospitalar São João, no Porto, procurou conhecer o serviço de cuidados intensivos, enquanto antes, em Coimbra, o foco esteve na cardiologia e de seguida, em Lisboa, irá abordar a área da medicina tropical.

A brincar disse lá dentro que nunca fui profissional de saúde e também felizmente nunca fui paciente, por isso nunca entrei em hospitais e hoje saio daqui muito impressionado. Daqui para a frente vamos fazer um calendário de cooperação e no futuro próximo espero um acordo entre os dois Governos na área da saúde”, afirmou à agência Lusa Mari Alkatiri.

O dirigente timorense sublinhou a necessidade de se criar condições em Timor-Leste para que “todos os doentes” possam ser assistidos no país e “assim evitar evacuações constantes para o exterior”.

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Mari Alkatiri disse querer, com a ajuda de profissionais portugueses mas sem especificar prazos, “preparar um laboratório para a nível nacional poder avançar um pouco mais em várias áreas da saúde”.

“Estas questões levam tempo, mas tem de se começar. Estamos a gastar milhões de dólares em evacuações para Singapura, Malásia, Indonésia, Austrália e temos de começar a ter um programa a médio/longo prazo”, disse o presidente de Zona Especial de Economia Social de Mercado de Timor-Leste, uma entidade cujo “grande desafio”, contou à Lusa, é “responder a questões muito pertinentes e prementes na área da saúde e da educação”.

A cooperação entre o Centro Hospitalar São João começará com uma “troca informação de parte a parte a parte”, descreveu por sua vez o diretor clínico, José Artur Paiva, e no “espaço de 15 dias a três semanas deverá existir um plano específico” que poderá incluir “troca de profissionais”.

Estamos muito honrados no interesse no nosso modelo de organização dos cuidados intensivos e da urgência. Temos de conhecer as condições locais para reunirmos a informação que precisamos para avaliarmos a melhor metodologia a aplicar no terreno”, disse José Artur Paiva.

O diretor clínico descreveu que “os princípios” usados nesta área no Centro Hospitalar São João são de “responsabilidade por parte do médico de medicina intensiva desde a admissão na urgência e às vezes desde o exterior, nas viaturas médicas”.

“Ou seja, isto é o médico intensivista não estar dentro da unidade à espera do doente, mas sim estar desde a primeira hora com o doente crítico de forma a ter mais rapidamente condições de estabilidade e de triagem e internamento”, concluiu.