Portugal tinha a segunda maior dívida pública e o quarto maior défice da União Europeia no terceiro trimestre do último ano, de acordo com os dados do Eurostat conhecidos esta segunda-feira. A dívida de Portugal foi a segunda que mais subiu, as da Grécia e da Itália as que mais desceram. Havia seis países entre os 28 Estados-membros que tinham uma dívida superior a 100% do PIB das suas respetivas economias, entre eles Portugal, que ultrapassou a Itália e tem agora a segunda maior dívida da União Europeia.

A dívida pública de Portugal no final de setembro atingiu 133,4% do PIB, um crescimento de 1,6 pontos percentuais do PIB. Maior aumento neste período só o Chipre, que tem a quarta maior dívida da União Europeia e que a viu aumentar mais 3,1 pontos percentuais entre julho e setembro. A Grécia continua a ter a mais elevada dívida pública da União Europeia, bem destacada dos restantes, nos 176,9%, mas também foi o país que mais reduziu a sua dívida pública, que caiu 2,9 pontos percentuais neste mesmo período.

A Itália, que antes se encontrava com a segunda maior dívida pública da União Europeia foi ultrapassada por Portugal, em graças em parte à redução de 2,8 pontos percentuais da dívida neste período (juntamente com o aumento da dívida de Portugal), mas ainda tem uma dívida de 132,7% do PIB. Bélgica, Chipre e Espanha também têm dívidas superiores a 100% do PIB.

Entre os 28 países da União Europeia, apenas 11 cumprem a regra prevista nas regras orçamentais europeias que estabelece um limite máximo de 60% do PIB para a dívida pública. Estes são na sua maioria países do leste europeu e os países nórdicos – Dinamarca e Suécia. Entre os 19 países do euro, apenas cinco apresentam dívidas abaixo dos 60% como lhes foi exigido para poderem aderir à moeda única.

Já no que diz respeito ao défice, nas contas do Eurostat, Portugal teve um défice de 3% no terceiro trimestre, valores ajustados de sazonalidade, o quarto maior da União Europeia. Bélgica, França e Reino Unido tiveram défices superiores aos de Portugal. O Governo tem garantido ainda assim que vai ter um resultado melhor que o esperado no relatório do Orçamento do Estado para 2017, apontando agora para que o défice não seja superior a 2,3%, o que cumpriria o acordado com Bruxelas e permitiria a Portugal sair do procedimento por défices excessivos.

(Artigo corrigido às 14h41. A Noruega foi, erradamente, incluída no lote dos 28 Estados-membros)

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