O eurodeputado João Ferreira foi anunciado esta quinta-feira, nos Paços do Concelho, como o candidato da CDU à Câmara Municipal de Lisboa nas eleições autárquicas deste ano. João Ferreira foi candidato (contra António Costa e Fernando Seara) à mesma autarquia nas eleições de 2013, tendo obtido 9,85% dos votos e sido um de dois vereadores que a CDU elegeu — cargo que acumula com o do Parlamento Europeu, para onde foi eleito pela primeira vez em 2009.

Aos 38 anos, João Ferreira, doutorado em ecologia e membro do Comité Central do PCP desde 2012, será o segundo (depois de Assunção Cristas, pelo CDS) a anunciar uma candidatura oficial à Câmara Municipal de Lisboa. O atual presidente, Fernando Medina, deverá avançar em breve, faltando ainda conhecer os candidatos do PSD (Passos Coelho recusou uma coligação com Cristas e prometeu um candidato próprio) e Bloco de Esquerda.

No discurso de candidatura, João Ferreira foi crítico não só da gestão socialista da última década, mas também da passagem do PSD pela Câmara – referindo-se concretamente a Santana Lopes e Carmona Rodrigues. “Completa-se este ano uma década de gestão socialista. Antes disso, PSD e CDS governaram a cidade durante 16 anos. Num e noutro caso, os resultados estão à vista”, começou por dizer. “As próximas eleições autárquicas poderão significar, em Lisboa, o fecho de um ciclo. Dezasseis anos depois, a opção é entre mais do mesmo ou o início de um novo ciclo, de mudança, de desenvolvimento e de progresso”, disse. E, reforça João Ferreira, que é vereador no município, a candidatura da CDU “corporiza esta oportunidade”.

João Ferreira enumera os erros de sucessivos presidentes: “A política de urbanismo deixou a cidade à mercê dos especulador imobiliário. Acentuou-se a segregação e o fosso social. Aumentou a desigualdade no acesso à habitação, ao emprego, à mobilidade, aos serviços públicos, à cultura e ao lazer”. E pior, garante o candidato da CDU, “tudo descambou na perniciosa dependência do turismo intensivo”. Também por isso, “os interesses particulares sobrepõem-se aos coletivos”, explicou, e “entregou-se” o património emblemático da cidade, “do Capitólio ao pavilhão Carlos Lopes, de edifícios no Terreiro do Paço a extensas zonas da frente ribeirinha e aos terrenos do aeroporto”.

Quanto ao que mudará se for eleito, João Ferreira prometeu “o fecho de um ciclo a que os lisboetas não têm que se resignar, desenvolvimento e progresso”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR