O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Soares, manifestou-se hoje contrário à nomeação de novos comandantes operacionais distritais sempre que muda o Governo, admitindo, no entanto, que o novo comandante nacional seja de confiança política.

“Porque é que temos de chegar a uma certa altura, quando há alterações de governação, e isto é transversal a todos os Governos, não é este que fez isto ou o outro que fez melhor, mas isto das comissões de serviço dos comandantes operacionais distritais não tem pés nem cabeça”, disse Jaime Soares, intervindo na sessão final do 20.º congresso extraordinário da LBP que hoje decorreu na Figueira da Foz.

“É absolutamente injusto. Lá que seja de confiança política o presidente da Autoridade [Nacional de Proteção Civil] e o comandante nacional, ainda admitimos isso”, acrescentou.

Na abertura do congresso, o secretário de Estado da Administração Interna saudou a “elevação institucional” da LBP no processo em curso de designação dos comandantes operacionais distritais “da responsabilidade da Autoridade Nacional de Proteção Civil”, mas criticou a atitude “mesquinha” de um número “muito restrito” de dirigentes dos bombeiros, que não identificou, que o contestaram.

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“Infelizmente, essa postura [da LBP] não foi seguida por todos, tendo-se verificado processos inaceitáveis de destruição de caráter de cidadãos impolutos, que não foram designados para o exercício de qualquer cargo”, frisou Jorge Gomes, sem especificar a quem se referia.

“E aqui neste fórum, reafirmo que nunca cederei a pressões, independentemente de quem as faz e das suas motivações”, avisou o secretário de Estado.

O 20.º congresso extraordinário da LBP foi convocado para discutir os novos estatutos daquela entidade, aprovados por maioria dos 471 delegados, entre representantes das associações de bombeiros voluntários e elementos de comando.