Ainda que tenha sido a versão desportiva, com apenas três portas e motor de 210 cv, a escolhida pela Toyota para estar presente nas primeiras imagens reveladas da nova geração do Yaris, a lançar já em Março, no Salão de Genebra, é mais do que óbvio de que a carreira comercial do utilitário japonês dependerá, fundamentalmente, de motores mais económicos e acessíveis a um mais amplo leque de clientes. Como o novíssimo 1.5, que a marca acaba de dar a conhecer, destinado a substituir o actual quatro cilindros a gasolina de 1,33 litros.

Pertencente à família ESTEC (acrónimo de Economy with Superior Thermal Effcient Combustion), trata-se de um quatro cilindros atmosférico com 1.496 cc, dotado de várias soluções técnicas inovadoras, que prometem incrementar as prestações, o prazer de utilização e reduzir o consumo em 12%. E que antecipa as novas normas de consumo e protecção ambiental Euro 6c e RDE, que considera as emissões obtidas em condições reais de utilização, a implementar em Setembro próximo.

Com 111 cv de potência, e um binário máximo de 136 Nm às 4.400 rpm (estando 118 Nm disponíveis logo às 2.000 rpm), a nova unidade motriz permitirá ao Yaris cumprir a aceleração 0-100 km/h em 11,0 segundos, e reprisar dos 80-120 km/h em 17,6 segundos, respectivamente, menos 0,8 segundos e 1,2 segundos do que o actual modelo com motor 1.33.

Quanto aos consumos e emissões, a Toyota afirma que aplicou neste novo motor soluções derivadas da vasta experiência acumulada no domínio dos automóveis híbridos, de forma a alcançar uma eficiência térmica de 38,5%, um dos mais elevados valores da actualidade. Incluem-se nesse lote a elevada taxa de compressão de 13,5:1 (obtida por via do desenho específico da câmara de combustão e do recurso a novos pistões), um sistema de recirculação de gases de escape refrigerado e o recurso a um novo sistema de distribuição variável VVT-iE controlado electricamente, capaz de permitir ao motor funcionar tanto no ciclo Otto como no ciclo Atkinson, em que é dada prioridade à eficiência, em detrimento da potência pura, em situações de menor carga.

Sem anunciar ainda valores concretos, a Toyota adianta, contudo, que os projectistas deste motor dedicaram boa parte da sua atenção à redução de consumos e emissões a velocidades estabilizadas em auto-estrada, nomeadamente através da adopção de uma solução inédita na marca: um colector de admissão refrigerado a água. Solução que, ao reduzir a temperatura dos gases, evita que a mistura tenha que ser enriquecida para reduzir a temperatura de combustão a velocidades constantes, o que beneficia o consumo e as emissões.

Ao mesmo tempo, e embora ainda nada tenha sido adiantado neste sentido, é bem provável que este novo motor 1.5 seja o mesmo que, numa versão turbocomprimida, vai servir a tal versão desportiva do Yaris, com 210 cv de potência.

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