O Fundo Monetário Internacional (FMI) instou, esta segunda-feira, Espanha a aumentar a coleta de IVA e a subir os impostos ambientais, de forma a reduzir “a avultada” dívida pública, apesar de reconhecer a “impressionante recuperação económica” do país.
À luz da avultada dívida pública e a expansão orçamental estrutural dos últimos anos, a prioridade deveria centrar-se nas medidas de entrada de receita que menos distorcem, como a subida da coleta de IVA […] e o aumento das taxas e impostos ambientais”, de acordo com o relatório anual do FMI sobre a economia espanhola, conhecido como artigo IV, publicado esta segunda-feira em Washington.
A organização internacional de cooperação monetária prevê que a recuperação económica verificada nos últimos anos, com taxas de crescimento de 3,2% em 2015 e 2016, seja mais moderada em 2017, com o Produto Interno Bruto (PIB) a crescer apenas 2,3%.
O FMI também avisa que a crescente onda de “protecionismo” global poderá afetar a economia espanhola através da diminuição da procura externa ligada ao comércio e a debilidade macroeconómica na América Latina, região onde o país tem uma grande presença financeira.
A chefe da missão do FMI para Espanha, Andrea Schaechter, citada pela agência espanhola EFE, sublinhou que calcula em 3,2% o défice orçamental em 2017, apenas uma décima acima da meta negociada entre o país e a União Europeia.
Schaechter indicou ainda que o período de austeridade já ficou para trás e que agora a prioridade é o ajustamento “gradual” a médio prazo, que estimou em cerca de 0,5% anualmente, para estabilizar as contas públicas e reduzir a dívida do país, que se prevê continuar a ser superior a 99% do PIB em 2017.
É muito importante não fazer marcha atrás nas reformas estruturais adotadas nos últimos anos”, realçou a chefe da missão do FMI para Espanha.