O ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, afirmou esta segunda-feira que o investimento na ferrovia é “uma prioridade” do atual Governo, estando previstas para os próximos anos intervenções orçadas em mais de dois mil milhões de euros.

Pedro Marques, que falava em Viana do Castelo, após a consignação da empreitada de eletrificação da Linha do Minho entre aquela cidade e Nine, sublinhou ainda a aposta do Governo em que o investimento na ferrovia “saia do ‘powerpoint’ e chegue ao terreno”.

“[O objetivo é] tornar mais competitiva a nossa ferrovia, e para isso desenvolver um programa de investimento muito alargado ao longo dos próximos anos, superior a dois mil milhões de euros”, afirmou.

Para Pedro Marques, o investimento público, incluindo na ferrovia, “foi claramente desconsiderado ao longo dos últimos anos em Portugal”, uma tendência que o atual Governo quer inverter.

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O governante enfatizou que um investimento público “criterioso e de qualidade” acrescenta mais competitividade para as empresas nacionais e “aproxima o emprego” de Portugal. “É preciso distinguir, saber fazer, priorizar, mas fazer o bom investimento público”, disse ainda.

Em relação à ferrovia, disse que o objetivo é tornar mais competitivo tanto o transporte de passageiros como de mercadorias, tornando igualmente mais competitivos os portos nacionais.

A eletrificação do troço entre Nine e Viana do Castelo da Linha do Minho, esta segunda-feira consignada, vai custar 16 milhões e estará concluída no terceiro trimestre de 2018.

Em fevereiro, deverá ser lançado concurso público para eletrificação do troço entre Viana do Castelo e Valença, pelo valor de 23 milhões de euros.

No total, as obras de modernização e eletrificação da Linha do Minho entre Nine e Valença vão custar 83,2 milhões de euros e estarão concluídas em inícios de 2020. Pedro Marques lembrou que aquela região espera “há décadas” por estas obras, que vão permitir, nomeadamente, reduzir o tempo do trajeto e baixar entre 20 a 30 por cento o custo médio dos fretes de carga.

O presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, congratulou-se com o arranque da obra, lembrando sobretudo os benefícios dela advirão para as relações com a Galiza.

“Se a Galiza fosse um país, era o oitavo destino das exportações de Portugal, exportamos para a Galiza mais de 3 mil milhões de euros”, referiu, sublinhando que a modernização da Linha do Minho era reclamada não só por autarcas mas também por todas as associações empresariais e todos os agentes económicos da região.

A opinião foi partilhada pelo autarca de Barcelos, Miguel Costa Gomes, que destacou a importância que a ferrovia terá para as exportações do concelho e para o próprio turismo.