A Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana do Castelo manifestou esta terça-feira “total desagrado” pela forma como foi colocada, no centro histórico da capital do Alto Minho, a sinalização do Caminho de Santiago (Galiza) pelo litoral.

Qualquer peregrino que chega à cidade pela ponte Eiffel não encontra a sinalização, bem como em quase toda a cidade. A placa de sinalização adotada e colocada no chão não é visível. Não foi seguido nenhum critério orientador da placa, estão demasiado distantes entre si, umas colocadas do lado direito da rua e outras do lado esquerdo”, sustentou aquela associação, em comunicado.

Em causa está a candidatura “Valorização dos Caminhos de Santiago — Caminho Português da Costa”, de Viana do Castelo e nove municípios do litoral norte, que até 2018 vão investir cerca de 1,6 milhões de euros na valorização do Caminho português da Costa a Santiago, tendo em vista a candidatura daquele itinerário religioso a património mundial da Unesco.

O projeto conjunto, financiado em 85% por fundos do Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020, abrange aquele percurso religioso desde a Sé do Porto até à ponte centenária em Valença. A candidatura junta os municípios do Porto, Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo, Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença.

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Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara de Viana do Castelo explicou que “a sinalização que está a ser colocada nos dez concelhos envolvidos na candidatura está de acordo com as regras definidas pelo Conselho da Europa”.

O socialista José Maria Costa acrescentou que, “nos centros históricos, em vez de sinalização vertical é utilizada sinalização horizontal, por indicação da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN).

A sinalização que está a ser utilizada em todos os dez concelhos abrangidos por este projeto e é, exatamente, a sinalização que também está colocada em Santiago de Compostela”, frisou.

Aquela associação lamentou ainda “ter-lhe sido negada a possibilidade de ter tido voz ativa na elaboração daquela candidatura”, considerando que com a sua participação no processo “teriam sido evitados os problemas com a colocação da sinalética” naquele percurso religioso.

As prioridades no processo de candidatura podiam ter sido outras que respondessem mais às necessidades do peregrino mas tal não foi possível”, sustentou a associação naquela nota.

A candidatura dos prevê “a uniformização da sinalética no Caminho, a promoção do evento cultural “Sons no Caminho”, a criação de um logótipo, guias e brochuras e de um ‘website’ e aplicação móvel, a publicação de um livro científico, a requalificação de espaços, a produção audiovisual sobre o Caminho e um seminário final com os resultados do projeto”.

A rede intermunicipal “vai permitir potenciar a comunicação e promoção do Caminho Português da Costa através de uma imagem de marca única, de uma comunicação unificada, com clara racionalização de recursos, permitindo fazer mais e melhor por menos”.

Os dez municípios do litoral norte sublinham que “o Caminho Português a Santiago é o segundo percurso mais percorrido, a seguir ao francês, e tem registado um crescimento consolidado com crescente interesse nacional e internacional”.

A candidatura conjunta resultou de “um trabalho desenvolvido pelos pelouros da Cultura dos dez municípios abrangidos pelo traçado” e que envolveu também técnicos da Área Metropolitana do Porto e das Comunidades Intermunicipais (CIM) do Cávado e Ave e do Alto Minho que foi validado pela Direção Regional da Cultura do Norte (DRCN).