A associação portuguesa para a promoção do empreendedorismo, Beta-i, vai lançar uma parceria com a espanhola Tetuan Valley. Objetivo: tornarem-se na maior referência ibérica em matéria de programas de inovação e empreendedorismo, com projetos europeus conjuntos (fora de Espanha e Portugal). Os valores da operação não foram divulgados.

A fusão de operações da Beta-i e da Tetuan Valley decorrerá num processo “por partes”, que é iniciado com uma parceria entre as duas organizações, que inclui “vários projetos que vão durar estes primeiros seis meses e com uma fusão passado esse período”, explica Ricardo Marvão, cofundador da Beta-i, ao Observador.

Com esta parceria, o programa de pré-aceleração de startups da Tetuan Valley deixa de estar centrado apenas na zona de Madrid e expande-se para outras geografias.

Para nós, isto é ir à conquista do mercado espanhol. O mercado português é um mercado interessante mas tem 20 grandes empresas. O mercado espanhol tem 100 grandes empresas. É um mercado completamente diferente. Temos vindo a receber cada vez mais empresas espanholas que querem trabalhar connosco ou empresas portuguesas que querem trabalhar connosco nas suas subsidiárias em Espanha”, refere Ricardo Marvão.

Para que isto aconteça, um membro da Beta-i vai juntar-se à equipa espanhola, em Madrid, para partilha de conceitos e métricas de trabalho. A Beta-i é a responsável pelo programa de aceleração de startups português, Lisbon Challenge.

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Em conjunto, as duas organizações vão lançar, para já, o EDP Starter Acceleration Program, um programa de aceleração que vai arrancar no início de fevereiro e se estende até 25 de maio, em Madrid.

A parceria entre as duas associações é o resultado de 15 anos de experiência, que já juntou cerca de 840 startups nos programas de aceleração de ambas. Pedro Rocha Vieira, cofundador e líder da Beta-i, explica, em comunicado, que enquanto a Beta-i está mais focada nos programas de aceleração e em projetos de inovação corporativa, a Tetuan Valley foca-se mais em programas de pré-aceleração, fase de ideias e formação”.

A Beta-I trabalhava já em conjunto com a Tetuan Valley, por exemplo, em programas de aceleração em Barcelona e em Madrid. Agora, ao juntar estas duas valências específicas, a ideia é gerar uma proposta complementar, que nos permita tirar partido dos respetivos ‘know-hows’, no mercado ibérico”, afirmou. Já Alex Barrera, fundador da Tetuan Valley, acrescenta que as duas associações “englobam já enormes comunidades de empreendedores”, e que, só por isso, já têm “imensas sinergias”, diz.

Esta é a “primeira fase da expansão da Beta-i”, considera Ricardo Marvão. Com programas de aceleração além fronteiras, em França e no Reino Unido, e “uns quantos” a ser preparados para 2017 e 2018, o cofundador da Beta-I, admite ainda haver “uma forte possibilidade de fazer a expansão para esses países também”.