A guerra obrigou-os a deixar os seus países para mudarem

de vida. Deixaram para trás as casas de infância e, em alguns casos, a família. Encontraram terreno fértil para o seu talento, da tecnologia à literatura, e decidiram viver o sonho americano. E foram tão prósperos nas suas ocupações que se tornaram ícones dos Estados Unidos da América. De Albert Einstein a Mila Kunis, conheça 17 personalidades que foram refugiados e que contribuíram para a “America great” que Donald Trump diz querer recuperar.

Albert Einstein

O autor da Teoria da Relatividade Geral, um dos pilares da física moderna, nasceu na Alemanha no seio de uma família judia. Quando o regime nazi se instalou na Europa, Einstein viu-se obrigado a fugir para os Estados Unidos de modo a evitar as perseguições e a manter o prestígio na Ciência. Pôs o primeiro pé em terreno americano em 1932.

Madeleine Albright

A primeira mulher a ocupar o cargo de Secretária de Estado dos Estados Unidos não é norte-americana. Nasceu na antiga Checoslováquia, mas fugiu com a família depois da ocupação nazi em 1939. Começou por procurar refúgio em Londres, mas foi para Praga assim que a II Guerra Mundial terminou. Só emigrou para os Estados Unidos três anos mais tarde, fugia então do comunismo da então União Soviética.

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Henry Kissinger

Ganhou o Prémio Nobel da Paz por ter levado os Estados Unidos ao cessar fogo na Guerra do Vietname. Foi conselheiro de relações exteriores de vários presidentes dos EUA, de Eisenhower a Gerald Ford. Foi para os Estados Unidos em 1938 para fugir às perseguições antissemitas na Alemanha nazi e acabou a servir o seu país de refúgio durante a II Guerra Mundial. Quando regressou doutorou-se na Universidade de Harvard.

Sergey Brin

Sergey Mihailovich Brin é filho de pais judeus e fixou-se nos Estados Unidos em 1979, com seis anos, para escapar às políticas da União Soviética. A família começou logo a fazer-se notar: o pai trabalha até hoje na Universidade de Maryland e a mãe é especialista na NASA. Com a sua formação em Matemática e Ciências da Computação conseguiu criar a Google.

Marlene Dietrich

A atriz e cantora viu a sua popularidade crescer quando ainda vivia na Europa, durante a II Guerra Mundial, mas depois teve de refugiar-se nos Estados Unidos. Durante a guerra, nunca escondeu a antipatia pelo regime nazi e tinha por hábito abrigar exilados alemães e franceses. Em 1932 já estava do outro lado do oceano, fugindo do recém-empossado Hitler. Foi Joseph Goebbles, o homem da propaganda nazi, que preparou uma verdadeira campanha contra actriz, obrigando-a a encontrar nova casa nos Estados Unidos.

Elie Wiesel

Ganhou o Nobel da Paz por causa de todas as obras onde retrata a realidade dentro dos campos de concentração nazis. Judeu, nascido na região da Transilvânia, sobreviveu aos campos de Auschwitz e Buchenwald. Já os pais e as irmãs não resistiram às atrocidades da II Guerra Mundial. Elie Wiesel conseguiu passar por Paris e depois seguiu para os Estados Unidos para contar a história.

Isabel Allende

Isabel Allende Llona nasceu em Lima, Peru, mas toda a sua ascendência chilena. A seguir ao seu nascimento, a família regressou ao Chile mas foi obrigada a fugir de casa após o assassinato do seu primo-avô, o presidente Salvador Allende, durante o golpe de Estado orquestrado por Pinochet. Vítima de constantes ameaças dos rebeldes, Isabel Allende mudou-se para a Venezuela primeiro e só mais tarde para os Estados Unidos.

Gloria Estefan

Ainda não tinha completado dois anos quando a cantora cubana se mudou para Miami para fugir à violência da Revolução Cubana de 1959: o pai era o guarda-costas de Fulgencio Batista, presidente deposto por Fidel Castro, e por isso corria especial perigo. Agora vive nos Estados Unidos, mas mantém um papel muito ativo na oposição ao regime comunista em Cuba.

Claude Levi-Strauss

É um dos antropólogos mais importantes da História. Nasceu em Bruxelas numa família judia de origem alsaciana, e viveu com o avô, que era rabino, durante a I Guerra Mundial. Durante a II Guerra viu demasiadas portas serem-lhe fechadas por causa das suas origens religiosas, por isso decidiu mudar-se para os Estados Unidos.

Andy García

Andrés Arturo García Menéndez nasceu em Havana, Cuba, em 1956. O famoso ator chegou à América do Norte com cinco anos, quando a família decidiu rumar a norte na sequência da invasão da Baía de Porcos, a tentativa falhada de invadir o sul de Cuba por um grupo paramilitar de exilados cubanos anticastristas, a Brigada de Asalto 2506.

Gene Simmons

Talvez assim sem maquilhagem não o reconheça, mas Gene Simmons é o vocalista da banda “Kiss”. Nasceu em Tirat Carmel, Israel, mas mudou-se com a mãe para os Estados Unidos quando tinha nove anos, depois de a mãe ter estado num campo de concentração nazi durante a II Guerra Mundial. Aprendeu inglês a ler livros de banda desenhada e livros de ficção científica.

Mila Kunis

Milena Markovna Kunis tem origem ucraniana. Nascida em 1983, veio ao mundo no seio de uma família judia nos tempos da União Soviética. Os atos antissemitas levaram toda a família a abandonar a Ucrânia e a fugir para os Estados Unidos em busca de paz.

Vladimir Nabokov

O autor do romance “Lolita” nasceu em São Petersburgo no seio de uma família da nobreza russa. Mais velho de quatro irmãos, viu um deles morrer num campo de concentração nazi em 1945 por ter criticado as políticas de Hitler em público. Toda a riqueza da família Nabokov começou a perder-se durante a Revolução de Outubro na Rússia, que deu poder aos bolcheviques. Após a Revolução de Fevereiro de 1917, os Nabokov começaram a fugir, primeiro para a Crimeia e depois para a Europa Ocidental. Acabaram nos Estados Unidos.

Milos Forman

É um dos cineastas mais reconhecidos dos Estados Unidos. Nasceu na República Checa e a sua família foi vítima da perseguição nazi por ser protestante: o pai foi preso e veio a morrer no campo de concentração de Buchenwald em 1944 por distribuir livros proibidos pelo regime; a mãe morreu um ano antes em Auschwitz. Só aos 16 anos é que Milos Forman soube do destino dos pais.

Béla Bartók

É um dos maiores compositores do século XX. Com a II Guerra Mundial no auge, decidiu abandonar a Hungria e refugiar-se com a mulher nos Estados Unidos, onde as suas obras começaram por não despertar muito interesse do público. Só com a ajuda financeira dos amigos é que conseguiu fazer-se ouvir além-Atlântico, inspirado pelo seu país de origem.

Billy Wilder

Saiu da Polónia, onde nasceu, para a Áustria e começou uma carreira como jornalista, mas a vida ainda lhe prometia muitas reviravoltas. Judeu, foi para Paris e depois para os Estados Unidos para fugir às políticas de Adolf Hitler. Agora é reconhecido como um dos cineastas mais notáveis da sua época.

Regina Spektor

A cantora e pianista russa chegou aos Estados Unidos com nove anos. Ela e os pais fugiram da Rússia em 1989 na Perestroika, quando as politicas de Mikhail Gorbachev liberalizaram o os mercados da União Soviética e abriram o país ao mundo, fazendo tremer a economia e acabando com a separação do grande bloco comunista.