Num post publicado pelo próprio presidente-executivo da Uber, Travis Kalanick faz saber que a empresa de transporte se vai aliar ao Grupo Daimler, com o objectivo de passar a integrar na sua frota Mercedes totalmente autónomos, isto é, capazes de operar sem condutor.

A cumprir-se o acordo agora anunciado, a aplicação vai acrescentar esse serviço às opções que já disponibiliza na sua plataforma e terá direito a parte dos lucros. Ao construtor alemão caberá o desenvolvimento de toda a tecnologia de condução autónoma. Porém, não se sabe nem os termos financeiros deste acordo, nem sequer quando é que a Mercedes terá pronto um modelo 100% autónomo, ainda que o Financial Times adiante que este serviço deverá ficar primeiro disponível nos Estados Unidos e na Europa e, só depois, na China ou em outros mercados emergentes.

Recorde-se que a startup já tem carros autónomos a operar em Pittsburgh, no estado da Pensilvânia, e no Arizona. Ainda que sempre com um condutor a bordo, dado que, por se tratar de uma fase de testes, a legislação assim o obrigue, prevendo a possibilidade de haver a necessidade de intervenção humana para o controlo do automóvel. Mesmo assim, essa acção está longe de ser pacífica, sucedendo-se os relatos de incidentes envolvendo os carros autónomos da Uber. Que, recorde-se, são automóveis comuns, iguais aos que podem ser adquiridos em qualquer concessionário, sujeitos depois às devidas transformações por parte da empresa, que os adapta com a sua própria tecnologia à condução autónoma. O que, naturalmente, é diferente de conceber de raiz um modelo capaz de dispensar condutor.

Fabricantes como a Daimler são essenciais para a nossa estratégia, porque a Uber não tem experiência na produção de carros e, de facto, fazer carros é realmente difícil”, reconhece Travis Kalanick.

Nos Estados Unidos da América, a empresa de transporte recorre aos modelos Ford Fusion (o”nosso” Mondeo) e XC90. Aliás, um acordo de 300 milhões de dólares entre Volvo e Uber, assinado em Agosto passado, compromete as duas companhias no desenvolvimento conjunto de veículos autónomos.

De acordo com as informações agora divulgadas, a parceria com o Grupo Daimler é distinta, pois não contempla, por parte da Uber, o envolvimento da startup na pesquisa e desenvolvimento da tecnologia de condução autónoma. Missão que caberá por inteiro à Mercedes que, no entanto, não avança qualquer data para a integração na frota da Uber de modelos seus, totalmente autónomos. A Daimler limita-se a considerar que ambas as empresas “vão beneficiar das capacidades de liderança nos respectivos sectores, tanto na investigação e no desenvolvimento de veículos autónomos como na operação de redes”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR