Fica no centro de Manhattan, Nova Iorque, entre as zonas de luxo. Trata-se de um prédio que, à primeira vista, pode até passar despercebido por entre a Igreja de St. Andrew’s ou a ponte de Brooklyn, mas acolhe cerca de 4 mil visitas por dia. Só as câmaras de vigilância e as vedações de aço que o rodeiam, bem como as interdições ao trânsito, dão indícios de que este não é um prédio qualquer. É um dos centros de detenção de máxima segurança dos Estados Unidos – o Centro Correcional Metropolitano (MCC). É onde está detido Joaquín Archivaldo Guzmán Loera, mais conhecido por El Chapo, um dos maior traficantes de droga do mundo.

El Chapo foi extraditado do México para o MCC no passado dia 9 de janeiro. Depois de ter conseguir escapar duas vezes das prisões com mais segurança do México, foi recapturado e enviado para os EUA. Está acusado por 17 crimes, conta o El Mundo, sobretudo na área do tráfico de drogas como cocaína, heroína ou marijuana; mas também lavagem de dinheiro e uso de armas em crimes relacionados também com tráfico. Segundo a acusação, El Chapo poderá ter ganho com estes negócios mais de nove milhões de euros. A possibilidade de prisão perpétua não está fora de questão.

O Centro Correcional Metropolitano tem mais de 700 reclusos, sendo que a sua capacidade é para 800, homens e mulheres. Por esta prisão passaram colaboradores de Osama Bin Laden; o autor do ataque ao World Trade Center em 1993, Ramzi Ahmed Yousef; ou mafiosos das altas famílias de Nova Iorque, com os Gambino.

Uma das advogadas de El Chapo, Michelle Gelenrt, informou que o traficante “tem estado numa sala de isolamento, onde é trancado durante 23 horas por dia”, sendo que, nas últimas semanas, “não tem podido fazer chamadas telefónicas” e só se pode encontrar com os advogados. Michelle defende que esta prisão tem condições inumanas e que o preso não deverá conseguir arranjar nenhum advogado privado, uma vez que nem sequer consegue falar com toda a sua família.

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Construído em 1975, o MCC foi alvo de uma denúncia por parte da Amnistia Internacional em 2011, por causa das condições de vida desumanas em que os presos viviam. Segundo a queixa, existiam alguns presos detidos em piores situações do que os da prisão de Guantánamo, Cuba.

Nenhum oficial confirmou em que parte da prisão é que El Chapo está detido, mas acredita-se que estará numa das zonas onde estão os reclusos considerados de “altamente perigosos”

Emma Coronel, mulher de El Chapo, escreve ao marido quase todos os dias, via Twitter. Com mensagens como esta: “Nós os dois sabíamos que nos iriam fazer pagar um alto preço: distância, tempo, desafios e sacrifícios. Valeu a pena”; ou ainda, falando dos filhos: “Eles provavelmente nunca te verão ao meu lado, mas eu vou-lhes contar as mais belas histórias sobre ti.”