A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou na quinta-feira a atitude de Donald Trump para com a imprensa, inquietando-se com as eventuais consequências das suas afirmações para os jornalistas nos EUA e noutros países. Esta preocupação da RSF soma-se à expressada na terça pelo editor-chefe da agência noticiosa Reuters, Steve Adler, que recordou que “não é todos os dias que o Presidente dos EUA situa os jornalistas entre ‘os seres humanos mais desonestos na Terra'” ou que o seu estratega chefe classifica a comunicação social como ‘o partido da oposição'”.

A atitude de Trump face à comunicação social “é extremamente inquietante, evidentemente nos EUA, para a liberdade de imprensa neste país”, mas também para o mundo inteiro, disse à agência noticiosa AFP o diretor-geral da RSF, Christophe Deloire, por ocasião de uma conferência de imprensa. “Ele não para de ser violento para os jornalistas, pelas suas palavras, no Twitter, e já se vê uma radicalização contra os jornalistas que é inquietante (…), é um mau exemplo que ele dá”, acrescentou.

Deloire previu que numerosos déspotas ou alguns dirigentes de democracias com métodos autoritários “se sirvam, dizendo: ‘Vejam. Até o Presidente dos EUA diz que os jornalistas são as pessoas mais desonestas da Terra'”.

A RSF apresentou esta sexta-feira no México o seu relatório sobre os perigos da profissão de jornalista neste país, que é o mais perigoso da América Latina para exercer esta profissão, com 99 repórteres assassinados entre 2000 e 2016.

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