O pai do egípcio suspeito do ataque de sexta-feira no Museu do Louvre, em Paris, disse este sábado que o filho não mostrou quaisquer sinais de radicalização e que acredita na sua inocência.

Reda El Hamahmy, general de polícia na reforma, disse à agência France-Presse que manteve sempre contacto com o filho desde que ele foi para Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos, trabalhar como gestor de vendas.

A ida a Paris, onde na sexta-feira atacou um militar com uma faca, era “uma viagem de trabalho”, no fim da qual “ia visitar o Louvre”, partindo este sábado de regresso aos Emirados.

Questionado sobre se o filho se radicalizou, o pai assegurou nunca ter detetado qualquer sinal disso.

“É um rapaz simples, todos gostamos dele. Posso mostrar-vos fotografias em que ele não usa barba”, frequentemente usada pelo ‘jihadistas’.

O procurador de Paris, François Molins, afirmou na sexta-feira que um egípcio de 29 anos, Abdallah El Hamahmy, é o suspeito do ataque no Louvre. O homem, armado com facas, atacou quatro militares na entrada do museu, ferindo ligeiramente um deles antes de ser atingido a tiro no abdómen por outro.

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Residente nos Emirados Árabes Unidos, El Hamahmy entrou em França com um visto turístico a 26 de janeiro, num voo com origem no Dubai, segundo o procurador.

O Presidente francês, François Hollande, referiu-se ao ataque como “um ato cujo caráter terrorista não levanta dúvidas”.

“A versão do Governo francês não faz sentido. Ele tem 1 metro e 65, como ia atacar quatro soldados? E no fim, não encontraram nada nas malas dele”, disse o pai. A segurança nacional [polícia egípcia] veio ontem [sexta-feira] pedir informações sobre ele e eu disse o que sei”, acrescentou.

Abdallah El Hamahmy é casado e a mulher, grávida, está na Arábia Saudita com o filho de ambos, de sete meses, segundo o pai do suspeito.

As autoridades estão a analisar as comunicações no Twitter de Abdallah El Hamahmy, em cuja conta foi publicada uma dezena de mensagens em árabe minutos depois do ataque, entre as 09h27 e as 09h34 de sexta-feira. “Em nome de Alá… para os nossos irmãos na Síria e combatentes em todo o mundo”, escreveu El Hamahmy, um minuto antes de publicar outro ‘tweet’ com uma referência ao grupo extremista Estado Islâmico.

Noutra mensagem, citou um verso do Corão, que promete o paraíso aos que morrem em combate por deus. Numa outra, questiona: “Porque têm medo da criação de um Estado islâmico? Porque um Estado islâmico defende os seus recursos e a honra dos muçulmanos”.