O CEO da Aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, já tinha anunciado em Janeiro que poderia assumir uma forma diferente do inicialmente previsto o âmbito da parceria que une Nissan e Daimler na fábrica que está em fase final de construção em Aguascalientes, no México. Com início de laboração previsto para o fim de 2017, a nova instalação fabril terá uma capacidade de produção de 230 mil unidades/ano, obrigou a um investimento de cerca de 930 milhões de euros e destina-se a produzir modelos da Infiniti (já no final deste ano) e da Mercedes (em 2018 – previsão que se mantém inalterada, apesar do clima de incerteza que rodeia as importações de automóveis para os EUA desde a entrada em funções da nova administração Trump).

No mesmo sentido vão as declarações do CEO da Daimler, Dieter Zetsche, por ocasião da conferência de imprensa anual do grupo germânico: “Têm sido colocadas algumas interrogações relativas aos nossos esforços para criar uma plataforma compacta comum. Estamos em processo de definir se, no final, iremos, ou não, utilizar uma plataforma ou componentes partilhados.”

Em causa estará, principalmente, a plataforma MFA2, aquela que servirá a próxima geração dos Mercedes Classe A, Classe B e CLA, e que deveria servir de base também ao Infiniti QX30. Segundo apurou a Reuters, a Infiniti (a marca de luxo da Nissan) terá decidido recorrer a uma outra solução, que passa pela utilização de uma plataforma Renault/Nissan, dado que o seu volume de vendas – continua a ser apenas 1/3 da rival Lexus – não lhe permite absorver custos tecnológicos idênticos aos da Mercedes, impostos pelo uso da plataforma conjunta, uma vez que não há rentabilidade quando se tem os custos de fabricar modelos do segmento premium, mas não se consegue praticar o mesmo nível de preços.

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