Quando um príncipe morre, as regras da monarquia são, por norma, claras quanto ao destino a dar aos seus bens. Não há, por isso, grande necessidade de prever a sua distribuição futura em testamento. Mas as coisas já não são bem assim para os restantes mortais. Mesmo quando em causa está um ícone da pop chamado… Prince.

Ao que tudo indica (pelo menos, até agora, ninguém tentou provar o contrário), o artista, que não deixou descendência e nem sequer era casado, também não fez testamento. O que não deixa de ser estranho em alguém que sempre geriu de forma exemplar a sua carreira, em termos dos direitos (de propriedade intelectual, de imagem e outros) associados à sua actividade profissional.

Assim sendo, quem irá herdar e gerir a sua fortuna? À partida, os parentes mais próximos, segundo as leis do estado norte-americano do Minnesota. O que levou uma irmã de Prince a apresentar junto de um tribunal local uma acção destinada, para já, a avaliar o património deixado pelo artista – embora digam os especialistas que, em casos como estes, a decisão definitiva, relativamente ao valor do património e ao destino que lhe deverá ser dado, tende a demorar anos.

No documento entregue em tribunal, só em imobiliário, Prince possuía propriedades no valor de mais de 25 milhões de dólares. Havendo quem preveja que, contabilizando também todos os restantes bens, nomeadamente os direitos de imagem e de autor, o total possa chegar aos 300 milhões de dólares (cerca de 280 milhões de euros).

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No meio de tudo isto, poderá parecer quase irrisório o lote de veículos pertencentes ao músico que foram arrolados nessa relação. Mas convém não ser displicente. Se boa parte deles será do agrado dos amantes dos motores, nenhum seria enjeitado por qualquer fã de Prince e, decerto, todos alcançariam interessantes valores de venda num eventual leilão, só por terem pertencido ao popular artista.

Inequívoco é que, no que respeita aos automóveis, Prince parece ter sido tão eclético quanto nas suas preferências musicais. E adepto de modelos tão extravagantes quanto ele próprio. A prová-lo está a relação de automóveis que tinha em sua posse à data da sua morte: um Buick Wildcat de 1964; um BMW 633 CSi de 1984; um BMW 850 de 1991; um Ford Thunderbird de 1993; um BMW Z3 Roadster de 1996; um Plymouth Prowler de 1999; um Jeep Grand Cherokee de 1995; um Lincoln Town Car de 1997; um Cadillac XLR Roadster de 2004; e um Lincoln MKT de 2011.

A estes, há que adicionar quatro automóveis cujas versões não são especificadas na documentação entregue: uma limousine Cadillac de 1985; um Bentley de 2006; e um Mercedes-Benz de 2010. E também um Buick Electra 225 (modelo produzido entre 1959 e 1990, em seis gerações, não sendo indicado o ano do exemplar pertença do artista). E, ainda, um autocarro Prevost (de 1995) e mais três motos: uma Honda não especificada e aquelas que figuraram nos filmes “Purple Rain” e “Graffiti Bridge”.

Em suma, uma garagem digna de um verdadeiro membro da realeza…