Passos Coelho tem repetido várias vezes que não quer ser a “muleta” do PS, mas o velho “centrão” ainda funciona. De acordo com as contas feitas pelo jornal Público, em 1292 votações realizadas entre o início da legislatura (a 26 de novembro de 2015) e 13 de janeiro de 2017, PS e PSD estiveram de mãos dadas por 185 vezes. Ou seja: em 14,3% dos casos. Os dados ainda não incluem, por exemplo, o chumbo da redução da TSU para patrões mas, em compensação, deixam de fora o bom entendimento da última sexta-feira.

O Observador chamou-lhe “O dia em que o Bloco Central voltou“, já que depois de semanas muito crispação, PS e PSD votaram juntos temas fortes e polémicos como a nacionalização do Novo Banco (pedida pelo PCP e BE e rejeitada por PS, PSD e CDS), a vinculação de docentes contratados (também exigida pelos partidos à esquerda do PS) e nos votos condenação às política anti-imigração de Donald Trump, em que as divisões à esquerda foram contornadas por um entendimento entre PS e PSD.

Voltando às contas do Público, entre as 185 vezes que PS e PSD votaram juntos no Parlamento estão temas como Orçamento Retificativo que os sociais-democratas aprovaram no final de 2015 para permitir a intervenção estatal no Banif e a primeira redução da TSU da era Centeno em abril de 2016, com o PSD a abster-se em ambos os casos para viabilizar os diplomas.

PS e PSD também se têm juntado para travar propostas dos partidos à esquerda do PS, como o aumento do salário mínimo para 600 euros proposto pelos PCP ou o congelamento das propinas proposto pelo Bloco de Esquerda. Também a Contribuição Extraordinária de Solidariedade, como lembra o mesmo artigo do diário, se manteve para as pensões mais elevadas graças a uma aliança PSD-PS-CDS.

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