Um conjunto de quatro pessoas, entre elas o ator José Wallenstein, endereçou uma petição ao Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, onde pede que o peso das mochilas escolares seja limitado e legislado.

“Os nossos filhos não podem andar com o mundo às costas” é a frase que faz as apresentações da petição.

O ‘mundo’ de que a frase fala materializa-se em livros escolares e cadernos que muitas das vezes chegam a ter um peso de quase 10 quilos, carregados às costas de crianças de 9 ou 12 anos de idade, com 1,32 metros de altura.

O ator e encenador José Wallenstein, a jornalista Cláudia Pinto e os médicos fisiatras, Joaquim Sancho e Paulo Sampaio Rodrigues, elaboraram a petição que alerta para os problemas da prática recorrente de excesso de peso nas mochilas escolares. A petição conta ainda com o apoio da Confederação Nacional das Associações de Pais, da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação, da Sociedade Portuguesa de Neuropediatria, da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral.

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A petição tem o objetivo de levar a questão a debate no Parlamento. Ao início da tarde, a petição já somava 17 685 assinaturas. Para chegar ao Parlamento precisa de 20 mil.

A questão do excesso de peso nas mochilas escolares tem sido debatida há vários anos. Em declarações ao Diário de Notícias, José Wallenstein afirmou que está provado cientificamente que o excesso de peso nas mochilas provoca problemas “à postura das crianças e adolescentes… os políticos têm de se responsabilizar”.

Na petição pede-se à Assembleia da República para atuar de forma urgente “de modo a resolver este grave problema de saúde pública”. No mesmo texto podem ainda ler-se algumas das sugestões, como a legislação ser de “carácter definitivo”, que determine que “o peso das mochilas escolares não ultrapasse os 10% do peso corporal das crianças” ou ainda “a obrigatoriedade de as escolas pesarem as mochilas das crianças semanalmente, de forma a avaliarem se os pais estão conscientes desta problemática e se fazem a sua parte no sentido de minimizar o peso que os filhos carregam.”