“Uma livraria em Berlim” é o título do livro que foi redescoberto em 2010 e agora é reeditado com o prólogo de Patrick Modiano, Nobel da Literatura em 2014, depois de anos perdido nas estantes de uma livraria francesa. A obra é um retrato autobiográfico de uma judia polaca durante a época do Holocausto, conta o El País.

Este foi o único livro assinado por Françoise Frenkel e andava perdido há mais de 70 anos, tendo reaparecido em 2010, quando um homem ficou intrigado com o seu título enigmático inicial: ‘Nenhum sítio onde encostar a cabeça’.

Curioso, abriu o livro e descobriu o testemunho de uma judia polaca, fundadora da primeira livraria francesa em Berlim, em 1921, que percorreu o continente à procura de esconderijo das perseguições nazis, desde a capital da Alemanha à de França. Agora, seis anos após a redescoberta da obra, chega a sua reedição com o título ‘Uma livraria em Berlim’.

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Frenkel, a autora da obra, terá morrido em janeiro de 1975 e para trás deixou apenas alguns documentos, como a sua certidão de nascimento, a máquina de escrever, algumas roupas e, claro, o livro. Todos os seus objetos estavam escondidos num baú e são as únicas coisas que se sabem dela. Não existe nenhuma fotografia mas, segundo Patrick Modiano, na verdade, nada mais é preciso saber sobre a mulher que não os seus relatos. No prólogo do livro, escrito pelo Nobel da Literatura de 2014, pode ler-se que “a grande singularidade da obra ‘Uma livraria em Berlim’ é, justamente, não se poder identificar a sua autora de uma forma precisa”.

O manuscrito foi terminado por Frenkel em 1944, no coração da Suíça, quando ela já se sentia segura para poder pegar numa caneta e refletir na sua experiência.

Ao longo das páginas da obra poderá ver-se que parte da jornada mais traumática da fuga da autora foi posta de lado para dar lugar a um louvor à generosidade de vários estranhos que a foram ajudando ou que passavam pela mesma situação.

O livro ainda não se encontra no mercado português.